15º homicídio do ano: acusada de matar irmã se apresenta à Polícia e confessa crime

Uma mulher de 32 anos, irmã de Aparecida de Fátima Marin Bitencourt, de 44 anos, se apresentou à Polícia na noite da última sexta-feira, dia 11. Ela é a acusada de ter cometido o crime na madrugada do dia 2 de agosto, mesma data em que a Brigada Militar foi acionada pelos vizinhos após ouvirem uma discussão no apartamento em que as duas residiam no bairro São Francisco, em Bento Gonçalves. A acusada responderá em liberdade por não ter antecedentes e ter se apresentado à polícia.

O corpo foi encontrado somente na tarde do dia 8. Além de um ferimento na cabeça e vários hematomas pelo corpo, a vítima tinha um corte profundo no pescoço e 11 facadas no peito. A possibilidade de uma reconstituição dos fatos não está descartada.

De acordo com o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves, delegado Álvaro Luiz Pacheco Becker, a acusada contou que estava residindo com Aparecida há dois meses e que as duas tinham uma desavença antiga e estavam buscando uma reaproximação. A mulher relatou ainda que a vítima sempre era agressiva com ela, tomava medicação e já havia sido internada por depressão, o que ainda será averiguado pelos investigadores. 

Conforme o depoimento da acusada, após o desentendimento ela empurrou Aparecida, que bateu com a cabeça no chão, provavelmente desmaiando. Foi então que desferiu as facadas. Quando a Brigada Militar esteve no prédio, a acusada fingiu ser Aparecida e deu o seu número de telefone para que posteriormente apurassem a versão apresentada – de que os gritos foram ocasionados por um pesadelo. Quando contatada, confirmou que Aparecida havia lhe telefonado para relatar o pesadelo. No dia seguinte, saiu do apartamento levando a bolsa e a arma do crime, que disse ter jogado fora posteriormente. Usando o celular da irmã morta, ela ainda ela enviou mensagem para o síndico com a mesma versão apresentada à BM. “Algo bem tétrico e inventado por ela para tentar ocultar esse crime de certa forma bárbaro e que abalou a cidade de Bento Gonçalves”, comenta o delegado.

Ao sair da cidade, ela foi até Caxias do Sul, na tentativa de confessar o crime para a mãe, que estava na casa de outra irmã, mas ficou nervosa e acabou ocultando o ocorrido. Em seguida, foi até Porto Alegre e de lá para uma cidade próxima a Erechim, onde permaneceu até se apresentar à delegacia.

Becker explica que até o momento não foi relatada nenhuma outra motivação para o assassinato. Embora houvesse uma quantia de dinheiro no apartamento, o valor não foi levado pela acusada. “A única coisa que ela levou da irmã e que, segundo ela, já jogou fora, foi o celular que usou para mandar essa mensagem como se fosse Aparecida para dar um ar de tranquilidade para o síndico do prédio”, conta. O delegado contou que, durante sua apresentação, em alguns momentos a acusada demonstrou certa frieza e em outros se dizia arrependida.

Foi o 15º homicídio registrado neste ano em Bento Gonçalves.

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