2013 já registra ocorrências graves de poluição
O número de denúncias de poluição ambiental diminuiu em comparação com o mesmo período do ano passado, mas a gravidade e a extensão dos danos das ocorrências registradas em 2013 preocupam o 3º Grupo de Polícia Ambiental da Brigada Militar, com sede em Bento Gonçalves. Em janeiro e fevereiro, pelo menos sete casos chamaram a atenção, tanto pela repercussão quanto pelas consequências, como grande quantidade de mortandade de peixes e até mesmo a extinção da vida aquática de arroios da região.
Por dia, o grupo recebe de três a quatro denúncias referentes à poluição, empreendimentos sem licenciamento, maus-tratos a animais e aparecimento de animais silvestres. Entre as situações atendidas nos primeiros meses, o caso mais emblemático foi o vazamento ocorrido na empresa Oleoplan, em Veranópolis. Os agentes do grupo souberam do incidente através de moradores que vivem às margens do arroio Jaboticaba, após eles perceberem a presença de uma substância estranha na água. O vazamento aconteceu devido a problemas nos tanques de armazenamento e na caixa de esgotamento, que apresentava fissuras. Foi realizada a contenção no arroio, que absorveu parte do vazamento, mas não impediu que o líquido atingisse também o Rio das Antas. Conforme o sargento, Luís Carlos da Silva de Lima, era possível avistar os rastros da destruição ao meio ambiente a uma distância de 15 quilômetros da empresa. O volume do biodiesel que acabou vazando dos tanques não foi confirmado. Ainda acompanharam o caso fiscais da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), servidores do Ministério Público, Polícia Civil e Instituto Geral de Perícias (IGP).
Outros dois casos de lançamento de efluentes sem tratamento em arroio foram atendidos no mês de fevereiro. Um deles aconteceu na cidade de Guaporé, onde uma empresa de laticínios foi flagrada despejando produtos químicos utilizados para a produção dos alimentos diretamente no arroio Barracão. Segundo o sargento Lima, o índice de contaminação da água era cerca de 17 mil vezes maior do que o permitido por lei. O mesmo aconteceu em uma fazenda da cidade de Cotiporã. No local funcionava uma criação de porcos e os dejetos dos animais eram lançados diretamente em um curso fluvial que desagua no rio Carreiro. O proprietário também jogava os animais mortos no meio da mata para decomposição. “Esse tipo de prática contamina o solo e o lençol freático, muitas vezes causando danos irreparáveis ao meio ambiente. O indicado é colocar a carcaça em uma composteira, enterrá-la com cal ou encaminhá-la para que seja feita farinha de osso”, explica o sargento. O local acabou sendo interditado pela Polícia Ambiental e o Ministério Público aplicou multa ao dono da propriedade. Ainda na mesma cidade, moradores acionaram o Grupo após encontrarem restos de animais boiando no arroio Sapato. Após investigação, o proprietário de um matadouro foi responsabilizado pelo ato.
Lixo do Uruguai
Outro flagrante, ocorrido no mês de janeiro, chamou a atenção da corporação: o contrabando de lixo estrangeiro. Após denúncias anônimas, os agentes abordaram na cidade de Montauri um bitrem carregado com garrafas pets oriundas do Uruguai e que estavam sendo transportadas com nota fiscal brasileira. O condutor do veículo e o proprietário da empresa foram presos em flagrante e conduzidos à Polícia Federal, em Passo Fundo, pelo crime de contrabando.
Segundo o sargento Lima, ainda foram apreendidos nove pássaros silvestres no bairro Municipal, dois homens foram presos em flagrante por pesca irregular e posse de arma de fogo e ainda houve o recolhimento de uma jiboia, fêmea, com cerca de dois metros de comprimento e três anos de vida, que estava no bairro São Roque. O animal foi encaminhado ao zoológico de Sapucaia do Sul.
Polícia Ambiental
O 3º Grupo de Polícia Ambiental da Brigada Militar atende, além de Bento Gonçalves, outros 13 municípios da região, entre os quais Cotiporã, Guaporé, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira, Santa Tereza e São Valentim. A sede do grupo funciona ao lado do 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º Bpat), no bairro Cohab. Denúncias e informações através dos telefones 3452 2968 ou 9621 4354 (plantão).
Reportagem: Katiane Cardoso
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