2018: a onda gaúcha que se afastou do Rio Grande

Definitivamente 2018 foi o ano da migração gaúcha. É impressionante o número de pessoas que se mandaram do nosso querido Rio Grande do Sul: empresários em busca de lugares onde sejam mais valorizados e empregados buscando melhores condições de vida.

A onda de violência já não apavora tanto. E quando chegamos a esse nível isso se torna quase uma desistência. Para 2019, o Estado já começa quebrado, servidores públicos vão comer o pão que o diabo e que eles próprios amassaram. Não há grana para a saúde e muito menos para a melhora das corporações policiais. A negativa dos números estarrece o mais positivo dos bairristas. Definitivamente, fomos apresentados ao fundo do poço.

Sinceramente desconheço povo que ame tanto o trabalho como o nosso. É impressionante o que os gaúchos conseguem fazer em outros Estados. Na nossa querida Bento Gonçalves, o exemplo já se faz em nossa topografia: quem em sã consciência ergueria uma cidade em meio a tantos morros? Pois é, nossos antepassados assim o fizeram. Nosso valor pelo trabalho junto ao sol que nasce e que se põe está em nossa origem cultural.

Mas só trabalho não basta. Aliás, quantas famílias se desmontam porque seus pilares se focam demais nos afazeres e esquecem de suas casas? O Rio Grande do Sul é uma casa esquecida por seus proprietários tão dedicados ao trabalho. Talvez nosso engano tenha sido acreditarmos que teríamos os representantes que merecíamos. Talvez nosso bairrismo e amor tenha nos cegado e feito acreditar que uma boa terra se arruma sozinha.

  • Ótica Debianchi
  • Vinícola Garibaldi

Tínhamos tudo para ser um exemplo ao Brasil, mas o que hoje somos? Nossa arrogância em nos proclamarmos o povo mais politizado permitiu o esfacelamento de nossas universidades, universidades essas onde hoje se formam os antros de uma esquerda elitista que se fantasia de socialista.

  • Vinícola Garibaldi

Sucateamos nosso discernimento na frase “todo lugar está ruim”. Alimentamos a crença de que não poderíamos fugir das garras afiadas de uma má administração nacional. Enquanto isso, nossos vizinhos catarinenses decolaram. 

A indústria de Santa Catarina, a tecnologia, os investimentos em educação e os incríveis números contra a violência chegam a ser humilhantes. Talvez tudo isso possa ser resumido de forma prática na situação das estradas, pois basta cruzarmos a divisa entre os dois Estados para constatarmos que estamos saindo de um buraco. É assustadoramente impressionante a diferença de estrutura e administração entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas claro, para o gaúcho tradicional nada de dar o braço a torcer, segue o Rio Grande sendo incomparável. 
E a galhada – ao que tudo indica – em 2019 será ainda maior. Sim, galhada, chifrada, guampada, acho que dá para fazer essa comparação. Nós nos tornamos o marido traído que prefere não admitir a traição apenas para parecer “menos corno”.

Está na hora de parar de defender o indefensável. Está na hora de assumir que morar no Rio Grande do Sul não é mais como era. Está na hora de parar com essa ideia de que bombacha e cuia salvam da desgraça. Ou botamos ordem na administração e acabamos com essa soberba de sermos melhores ou a última pá de terra vem nesse ano. Os melhores estão se mandando. Pergunto: vai sobrar quem?

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