80% dos pacientes internados em leitos críticos no Tacchini apresentam sobrepeso ou obesidade

A nutrição tem ganhado cada vez mais relevância durante a atual onda de casos de COVID-19 no Hospital Tacchini. Isso porque mais de 80% dos pacientes internados em leitos críticos na instituição nas últimas seis semanas apresentam sobrepeso ou obesidade como comorbidade. A associação entre obesidade e um curso clínico mais grave de COVID-19 destaca a vulnerabilidade desta população durante a pandemia atual e a necessidade de esforços de saúde para prevenir e tratar a obesidade. 

De acordo com a nutricionista clínica responsável pelos atendimento na UTI do Hospital Tacchini, Larissa Pistóia, é preciso compreender primeiro os motivos que levam as pessoas a perder o controle sobre o próprio peso: ansiedade e sedentarismo são os principais. 

“É comum ouvirmos que durante a pandemia as pessoas engordaram, exageraram em alimentos ricos em gorduras, açúcares, e bebidas alcoólicas, o que é compreensível, pois todos estão passando por lutas diferentes e sabemos que devemos ter empatia com o sofrimento do outro. Porém, isso não significa que devemos deixar de lado nossa alimentação ou descontar todo nosso sofrimento nela. A manutenção do peso ideal nunca foi tão decisiva para melhorar os desfechos clínicos frente à pandemia”, comenta.

Além de caminhadas ao ar livre e contatos com a natureza para controlar a ansiedade,  a nutricionista ainda recomenda pequenos ajustes na alimentação durante esse período. A inclusão de mais frutas, vegetais, legumes, carnes magras, leguminosas nas refeições, além do controle do consumo de alimentos ricos em carboidratos simples, como pães e massas brancos, açúcares, frituras e carnes gordas, podem ser decisivos para evitar o excesso de gordura corporal. 

Em caso de dificuldades para controlar o peso, Larissa alerta que a busca por um profissional de nutrição é fundamental. “Às vezes simples ajustes na alimentação podem fazer uma grande diferença. Estamos juntos nesta batalha e esperamos que logo tudo volte ao normal, mas enquanto isso é preciso estarmos conscientes que a obesidade tem sido um fator que está prejudicando muito os pacientes com COVID-19, aumentando tempo de internação, dificultando o desmame da ventilação mecânica e em muitos casos, evoluindo para um desfecho ruim”, finaliza.