80 minutos para manter hegemonia de três anos

Não é a primeira vez, mas é como se fosse. Mesmo após três títulos estaduais consecutivos e a alcunha de maior campeão gaúcho de todos os tempos, o principal torneio do Rio Grande do Sul continua sendo, ano a ano, perseguido com unhas e dentes pelo Farrapos. Neste sábado, dia 6, time encara o Charrua em busca do tetracampeonato e com a incumbência de defender a soberania no Estado.

O contexto de soberano, no caso do Farrapos, divide-se em dois. Primeiro, pela invencibilidade contra times gaúchos, que no mês de setembro completará quatro anos. A segunda pelo número de títulos. Se perder o jogo deste sábado, o Farrapos perde não só a longa invencibilidade, como também o apodo de maior campeão, já que o Charrua, com dois títulos, igualaria o número de conquistas.

Todos esses generosos números resistem, diante do time de Porto Alegre, em dar algum tipo de vantagem aos bento-gonçalvenses, considerando os recentes encontros entre as equipes. Todos foram vencidos pelo Farrapos, mas o adversário vendeu caro as derrotas. Será a terceira decisão na história recente entre os dois times – duas finais de Estadual e uma semifinal de Copa do Brasil – e em nenhum jogo a diferença passou de nove pontos, o que, no futebol, seria um gol e meio. Neste sábado, na PUC, não se espera nada muito diferente. “Eles têm um pack de forwards mais experiente, backs mais novos, mas que estão jogando bem, além disso estão conhecendo um pouco mais como funciona nosso jogo. Acho que o nosso forte, por outro lado, é o coletivo. Os jogadores estão cada vez mais aplicados individualmente e isso, por consequência, vem tornando o XV cada vez mais forte”, avalia o técnico do Farrapos, Carlitos Baldassari.

Além desse cuidado técnico e tático em um jogo onde uma bola interceptada pode definir o campeão, é uma partida que se joga, também, fora das quatro linhas. O time de Porto Alegre tem duas motivações evidentes: além da chance de recuperar o título, está a oitenta minutos de vencer um time há muito tempo imbatível em um estado onde o próprio Charrua, precursor, dominou por muito tempo.

O Farrapos seria, na teoria, o que menos tem a perder, mas o técnico uruguaio ressalta que há muito mais do que um tetracampeonato em jogo. O time jogará por um degrau a mais de uma escalada que ainda está longe de chegar ao fim. ”Em 2010, quando disputamos nossa primeira final, era diferente, jogamos pela realização de sentir que conseguíamos vencer. Hoje em dia jogamos pela confirmação do trabalho dos jogadores, do clube e por um projeto de futuro”, conclui Baldassari.

Ônibus para a torcida

A torcida do Charrua deverá ser maioria no estádio da PUC, mas o Farrapos também contará com apoio nas arquibancadas. O clube está organizando transporte para seus torcedores, ao valor de R$ 20,00 por pessoa, com vagas limitadas. Interessados devem entrar em contato pelo e-mail lunelliimoveis@gmail.com. Os ingressos custam R$ 5 e, em Bento, poderão ser adquiridos na Joca Esportes ou com direção e jogadores do Farrapos. O estádio tem capacidade para duas mil pessoas e a perspectiva é casa cheia. Não haverá venda de ingressos no local. O jogo iniciará às 15h.

Times encaminhados

Farrapos e Charrua só deverão anunciar oficialmente os times titulares neste sábado, horas antes da final, mas ambos estão encaminhados.

O Farrapos deve começar a partida com Júnior, Pequeno, Baby, Caveira, Vini, Marido, Mateus, Mauri, Lucas, Scopel, Bigode, Pietro, Teco, Fredy e Coghetto. Mauri e Mateus ainda recuperam-se de lesão, mas ambos devem estar 100% para encarar o Charrua.

O tradicional time de Porto Alegre, por outro lado, deve iniciar a final com Bruno Pedroso, Marcos, Jardel, Diego Pietrobon, Igor, Fernando, Bruno Reginatti, Uary, Bruno Cardoso, Blanquito, Bruno Souza, Gabriel, Diego Schneider, Lucas e João. O primeira linha Jardel Vettorato, titular da Seleção Brasileira, é hoje o principal nome do Charrua. O oitavo Uary Gondim e o abertura Blanquito, ambos com passagem pela Seleção, também são trunfos do time da capital para recuperar o predomínio no rugby gaúcho. 

 

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Reportagem: João Paulo Mileski

 

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