A baixa na exportação industrial gaúcha
O anúncio do baixo índice da exportação industrial gaúcha deixou empresários e economistas um tanto preocupados. Em 2010, o crescimento foi de apenas 1,6% em relação a 2009. O fraco desempenho foi ainda mais destacado no mês de dezembro, quando ocorreu uma retração de 34,5% nas vendas externas. O número é ainda mais espantoso se comparado à exportação nacional, que apresentou, em 2010, um crescimento de 34,4%.
A baixa implicou na perda da terceira posição entre os principais estados exportadores. Agora, o Estado ocupa a quarta colocação, atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os principais destinos dos produtos exportados pelo Rio Grande do Sul foram China, Argentina e Estados Unidos. A China foi a única nação que elevou os pedidos. O aumento foi de 0,5%, o que representou no ano uma aquisição de 15,6% dos itens exportados. Os argentinos e norte-americanos, mesmo ocupando a segunda e terceira colocações, diminuíram as compras em 21% e 1,8%, respectivamente.
Produtos intermediários, como cloreto de potássio e ureia para lavoura, além do trigo, representaram 69% dos produtos exportados. Bens de consumo duráveis, como automóveis de passeio e acessórios para automóveis atingiram um patamar de 54% nas exportações.
Conforme dados apresentados pelo Jornal do Comércio, os setores da indústria gaúcha que tiveram os aumentos mais expressivos foram veículos automotores, reboques e carrocerias (51,5%), celulose e papel (49,6%), máquinas e equipamentos (31,6%), químicos (27,8%) e alimentos (13,8%). Juntos, responderam por 50% dos embarques no ano passado. No outro extremo, com performances negativas, ficaram bebidas (-60%), derivados de petróleo e biocombustíveis (-43,6%), materiais elétricos (-17,5%), fumo (-14,1%) e têxteis (-7,7%).
Móveis e produtos metal-mecânicos, que estão entre os produtos-base da economia de Bento Gonçalves, não aparecem nem entre os de melhor, nem entre os de pior desempenho, a não ser que sejam considerados bens duráveis. Já a indústria vinícola, se estiver – o que deve ocorrer – incluída entre as bebidas, apresentou uma queda de 60%, um número altamente preocupante, às vésperas de uma safra que promete muito tanto para os agricultores quanto para as vinícolas.
A classe empresarial atribui o baixo índice à valorização do câmbio, uma vez que o Rio Grande do Sul tem sua economia voltada principalmente à produção industrial, onde a concorrência internacional é grande.
Seja como for, se a crise de 2009 não afetou nossa economia como afetou outros países, o Governo precisa trabalhar urgentemente para o fim da guerra cambial, antes que nossas empresas comecem a sentir verdadeiramente o peso da concorrência internacional.
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