A hora de procurar tratamento psicológico
A procura de tratamento psicológico para solucionar problemas tem sido cada vez mais comum. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 9% da população, em todas as faixas etárias, necessita de cuidados gerais em saúde mental, na forma de consulta médico-psicológica, aconselhamento, grupos de orientação ou outras formas de abordagem, em função de transtornos mentais considerados leves. Mas em que momento deve-se procurar ajuda profissional?
A procura mais comum, de acordo com a psicóloga e psicanalista Nacitamara Fiorentini, de Caxias do Sul, ocorre por insatisfações diversas, sejam elas nos relacionamentos, no trabalho ou outras frustrações. “São situações que a pessoa não está conseguindo resolver sozinha”, comenta. A busca por ajuda, normalmente, deve acontecer quando há um sofrimento psíquico, depressão ou fobia, que é um medo em excesso. “O tratamento é indicado quando o problema começa a prejudicar o dia a dia da pessoa”, destaca.
Um dos protagonistas da procura por ajuda é a tristeza, que muitas vezes pode ser confundida com depressão. “A tristeza é mais momentânea, causada por um motivo específico e pontual. Já a depressão é algo mais sério, uma desesperança que pode trazer consequências negativas no trabalho, na vida pessoal. São nuances diferentes”, explica.
Ela conta que é comum os pacientes buscarem a ajuda por um motivo e, durante o processo, acabarem surgindo outras necessidades, conforme a pessoa vai se conhecendo. Outra situação que acontece é o paciente achar que a causa é uma e durante o tratamento perceber que o problema está associado a outro fator.
Duração e tipos
A duração do tratamento não tem um prazo específico. “Não tem limite de tempo, é uma construção. Tudo vai depender de cada caso e da história da pessoa. Trabalhar com a mente é muito subjetivo, muito pessoal. É um trabalho de longo prazo”, enfatiza. Segundo a psicóloga, em casos mais graves pode-se associar tratamento psiquiátrico. Uma depressão profunda, por exemplo, necessita do uso de medicamentos.
A forma de intervenção também tem diferença. Terapia e análise, por exemplo, são formas diferentes, embora possam ser confundidas. “A psicoterapia nem sempre trabalha com o inconsciente, dependendo da linha que irá seguir. Na análise, o psicanalista realiza a escuta do inconsciente”, define.
Uso do divã
Conforme a psicóloga, a análise é feita sempre no divã, pois o paciente fica mais relaxado e facilita a associação livre (mecanismo utilizado pelo renomado médico austríaco Sigmund Freud que consiste na pessoa dizer a primeira coisa que lhe vem à cabeça sobre determinado tema). O face a face imposto pela poltrona pode não ter o mesmo efeito no método de Freud.
Diferentes profissionais
Psicólogo: tem formação superior em psicologia. Estuda os processos mentais e comportamento humano. Analisa a relação do ser humano com o mundo e com si próprio. Pode atuar no campo da psicologia clínica, escolar, social, do trabalho, entre outras;
Psicanalista: profissional que possui uma formação em psicanálise. O médico austríaco Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise. Utiliza o método de observação, interpretação e conhecimento do conjunto de processos psíquicos do ser humano. O psicanalista pode ter formação em diferentes áreas de ensino superior;
Psiquiatra: profissional da medicina com especialização em psiquiatria. É habilitado para diagnosticar e tratar transtornos mentais, doenças que alteram o comportamento da pessoa e o funcionamento do organismo. Ele é apto a prescrever medicamentos.
Francine do Nascimento Ghiggi
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