“A indústria é o início da cadeia produtiva”

A passagem do Dia da Indústria precisa ser lembrada, sim, e mais do que isso: celebrada. Afinal, esse setor produtivo tem papel fundamental na geração de riqueza e exerce impacto social muito grande, movimentando a economia e, sobretudo, a criação de empregos – com oportunidades para todos que desejam progredir por meio do trabalho.

No contexto local, a indústria continua sendo o grande motor econômico da cidade, exibindo um parque fabril moderno e inovador com suas plantas vinícola, moveleira, alimentícia, metalmecânica, entre outras. São mais de 1,2 mil delas espalhadas por Bento Gonçalves, sendo responsáveis por quase 45% dos vínculos empregatícios do município.

Os produtos oriundos de nossa indústria vêm com um carimbo chamado Bento Gonçalves. Ele é sinônimo de qualidade. São vinhos reconhecidos internacionalmente e móveis exportados para diversas partes do mundo. São produtos inovadores da indústria metalomecânica e a presença da sustentabilidade na nossa indústria da construção civil. Mas todas, sobremaneira, se destacam pelo empreendedorismo de um povo que, como se diz por aqui, não tem medo de trabalhar.

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Esse é um diferencial da nossa região. Entretanto, não isenta o setor de enfrentar os empecilhos que nos desfaiam a encontrar resoluções para que possamos tornar nossos negócios mais competitivos. Algumas delas estão ao nosso alcance, mas outras necessitamos de ações mais concretas dos governos.

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Aqui, diagnosticamos um grande gargalo: a necessidade de equipes mais qualificadas. Outro, é desenvolver mercados. É vital que efetivemos vendas no atual cenário, a fim de aumentar a atual baixa lucratividade das empresas. Neste cenário de inflação, insumos caros e dólar alto, é preciso tentar manter uma certa lucratividade, a fim de que os investimentos não cessem. Toda essa situação precisa provocar uma mudança, que acaba por chegar a outro dos grandes desafios que temos, a busca pela inovação.

O Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, em parceria com entidades setoriais, centros profissionalizantes e universidades, está trabalhando há mais de um ano para começar a reverter esse quadro com dois grandes projetos. Ambos devem ser anunciados nos próximos dias, um para aproximar a qualificação do trabalhador, o Qualifica Bento, e outro para estimular a inovação dentro das empresas, o Inova Bento.

A indústria é o início da cadeia produtiva. Mas é de todos a responsabilidade para que ela funcione. E para isso, é preciso consumo – que fará o comércio demandar a indústria por produtos e, assim, sucessivamente. Nesse aspecto, os governos podem ajudar, visto que política e a economia são fatores macro ambientais que impactam a todos. Por isso, precisam caminhar em harmonia. Quando os governos estimulam a economia, tudo muda. A recente redução de IPI, por exemplo. Embora o efeito na ponta talvez tenha sido pouco perceptível, com uma tributação mais branda sobra mais dinheiro em caixa para o empresário investir. Isso é fomentar o setor. E vejo que o governo precisa fazer isso em duas linhas de atuação, fomentando o agro, hoje nosso grande negócio, e a competitividade da nossa indústria.

Com esses estímulos e a visão de inovação atrelada ao desenvolvimento sustentável, todos nossos segmentos produtivos têm potencial para crescer e se expandir. Porque o restante, a vontade de trabalhar. Essa nós temos de sobra.

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