‘A literatura não é um passatempo, a escrita é minha respiração’, diz Sabrina Dalbelo

Sabrina Dalbelo, escritora homenageada da 36ª Feira do Livro, se encontrou com a poesia em algum ponto entre os anos de 2012/2013. De lá para cá não se desgrudaram: a poesia transcendeu a vida da mulher, esposa, mãe e cidadã, seja na leitura, seja na escrita, e se derramou em três obras que revelam uma voz potente, lírica, e comprometida com o ofício de poetisa: “Baseado em Pessoas Reais" (Poesias Escolhidas, 2017), “Lente de aumento para coisas grandes” (Penalux, 2018) e “Rasga-ossos” (Penalux, 2020).

Ecos deste chamado para a escrita veio quando nasceu o primeiro filho:” o despertar definitivo da escrita veio com a maternidade, um momento muito transformador. Acho que ficar recolhida, amamentando, horas e horas, com uma nova vida, com nossos objetivos, foco e papel no mundo, ativou uma Sabrina que, há muito, percebia o cotidiano e a existência e queria falar para os outros sobre isso. Escrever, para mim, é olhar”, revela.

Paralelo a isso, um encontro com um dos maiores poetas de todos os tempos estava marcado: “minha leitura de poesia teve início com uma linda antologia poética de Fernando Pessoa, que chamou minha atenção numa estante de livraria e eu, já adulta, a adquiri. Foi maravilhoso, eu lembro, encontrar naquele livro o poema “Eros e Psiquê” que eu tinha lido muitos anos antes, impresso em um papelzinho. Eu nem fazia ideia de que era do Pessoa”.

A jornada da escrita foi ganhando outros contornos e construindo um relicário próprio, preenchido por oficinas, cursos, assistindo entrevistas e lives de escritores e professores, na busca incessante da linguagem poética.


Foto: Divulgação/Sabrina Dalbelo

Com o horizonte da poesia aberto, veio outros nomes e necessidade de escrever, de expressar, de ouvir, sentir, de estar dentro da escrita poética: “me maravilhei, mergulhei, me afundei naquelas palavras que começaram a pulsar em mim. Eu comecei a conversar com os poemas e eles começaram a me contar coisas sobre a minha própria vida e sobre o mundo. Passei a consumir poesia e cada vez com mais prazer. A poesia precisa e merece uma chance. A poesia é grito necessário, sonho acordado, é vida despida”.

Escritora Homenageada da 36ª Feira do Livro

Sabrina Dalbelo é gaúcha de Porto Alegre, irmã mais velha de três, tendo vivido na capital até os 24 anos, quando casou com o oficial do Exército Brasileiro, em 2002, Marcelo Antonio Dalbelo.

Da capital do RS, foram morar em Tefé, no interior do Amazonas. Cinco meses depois, foi nomeada no Ministério Público Federal e retornou a Porto Alegre. Com a transferência de Marcelo e para o Rio de Janeiro, moraram 3 anos na cidade maravilhosa e, em 2008, “viemos para essa cidade linda e acolhedora, Bento Gonçalves, onde enraizamos e frutificamos. Nasceram aqui nossos dois filhos, Samantha, em 2009, e Nícolas, em 2012”.

O sentimento de ter sido convidada como Escritora Homenageada da 36ª Feira do Livro é, sobretudo, de felicidade: “felicidade por participar de um evento cultural, porque eu acredito que a cultura faz o povo; felicidade pela poesia, que é a vertente literária pela qual eu me comunico; e felicidade pelo meu reconhecimento como escritora evidente do cenário cultural de Bento Gonçalves, cidade que escolhi como minha casa. Eu me sinto acolhida”.

Durante a programação da Feira, além da abertura e do encerramento, Sabrina vai participar de entrevistas, como entrevistada e entrevistadora e mediando encontros.

No dia 06 de outubro, às 19h30, entrevista por Eunice Pigozzo. Mediação de dois bate-papos: um com o escritor Zack Magiezi e seus parceiros de escrita Rafael Cavalcanti e Lucas Lujan, dia 08/10, às 19h. E outro com os escritores locais Dan Polletti, Gabrielle Roveda e Marina Solé Pagot, dia 13/10, às 18h30.

Sabrina Dalbelo e a patrona Natalia Borges Polesso vão falar de suas influências literárias e leituras, dia 09/10, às 17h30, e estarão juntas na atividade “na livraria”, dia 10/10 às 17h30.

Confira a programação completa da Feira do Livro.