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A paixão pela tradição gaúcha embala cavaleiros que vão até Canguçu em busca da Chama Crioula

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No total, 8 cavaleiros saíram de Bento no dia 11/09 para ir, a cavalo, pegar e trazer para a cidade uma centelha da Chama Crioula, símbolo da Semana Farroupilha desde os anos 1940

Fotos: Lucas Marques

O projeto “A Chama da Tradição Gaúcha”, organizado por José Antonio Franco de Castria e Lino Sgarbi, tem como objetivo manter viva uma importante tradição da cultura do Rio Grande do Sul: a cavalgada que traz a centelha da Chama Crioula oficial do Estado para a cidade de Bento Gonçalves e demais municípios da região.

Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura de Bento, a cavalgada, que é feita todos os anos, este ano, une oito gaúchos que amam o Rio Grande e sua cultura, tanto que a carregam no peito, nas vestes, nos cavalos, no jeito de ser e na própria cavalgada. Em 2022, o evento oficial de distribuição da centelha para os cavaleiros será sem Canguçu, no sul do Estado. A viagem iniciou na quinta-feira, 11/08, e deve acabar apenas no dia 28/08, com a chegada dos cavaleiros em Bento. No dia 07/09, a chama é entregue ao prefeito Diogo Siqueira.

O projeto também destaca a história desta Chama, que vem desde os anos 1940. Em plena ditadura da Era Vargas, no RS, sendo liderados por João Carlos D’Avila e Paixão Cortes, jovens estudantes do Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, criaram o primeiro departamento de tradições gaúchas, que tinha a finalidade de preservar as tradições e o campeirismo, além de ter o intuito de promover uma revitalização da cultura do estado.

Dentro deste contexto foi criada a Ronda Crioula. Paixão solicitou a Liga de Defesa Nacional para fazer a retirada de uma centelha do “Fogo Simbólico da Pátria” para assim transformá-la em “Chama Crioula”, como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande do Sul à Pátria Mãe, e também do desejo de que a chama aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros, do dia 7 de setembro ao dia 20 de setembro de 1947.

O trajeto, que é todo feito a cavalo e em estrada de chão, também conta com o apoio das comunidades por onde os cavaleiros passam. Com uma cavalgada diária de 20 km, 25 km, a turma irá ‘ficar para o pouso’ em fazendas, casas e instituições daqueles que compartilham a paixão pela cultura.

A saúde dos animais é outra prioridade. “Estamos levando remédios de prevenção, todos os medicamentos necessários que o veterinário nos orienta. A gente leva para, se caso acontecer um cansaço, acontecer um acidente e se machucar um pouquinho, temos todos os equipamentos juntos”, afirma Sgarbi.

Em 2020 e 2021, por conta da pandemia da COVID-19, a cavalgada não foi realizada, então, a ansiedade para fazer parte do septuagésimo terceiro ano de tradição é imensa. “A Chama Crioula vai abrilhantar as comemorações da Semana Farroupilha em todos os galpões por aí”, destaca Castria.

Segundo Sgarbi, esse movimento significa e muito para todos os participantes. “É tudo. A gente traz as raízes [da cultura] no nosso sangue […] isso vem do sangue da gente e a gente faz uma parte que é a busca e a distribuição da Chama Crioula”.

Cavaleiros da chama Crioula 2022—11ª Região Tradicionalista: Ademir Brandelli, Albino de Oliveira, Claudicir Rosa de Oliveira, Claudiomiro Laurindo Dias, Ilario Jose Koltz, Lino Antonio Sgarbi, Oedemar DeToni e Valdemar Peres.

Equipe de apoio: Paulo Cesar Gonçalves dos Santos, Loiri Zortea de Castria e Zelide Sgarbi.

Cronograma oficial:

  • 11/08: início do deslocamento para Canguçu;
  • 12/08: geração da Chama Crioula;
  • 13/08: distribuição da Chama Crioula;
  • 14/08: retorno de Canguçu para Bento Gonçalves;
  • 28/08: previsão de chegada em Bento Gonçalves, na ABCTG;
  • 07/09: entrega da Chama Crioula para o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira

Confira registros de edições anteriores das cavalgadas:

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