“A prevenção é a melhor forma de combater golpes”, destaca agente bancário

Na semana passada, uma mulher de 58 anos levou um susto após ver sua conta bancária negativa em mais de R$ 2 mil. O fato aconteceu depois que a vítima recebeu uma suposta ligação de seu banco. Conforme relatado em boletim de ocorrência, o estelionatário convenceu a mulher a baixar um programa em seu celular, por meio do qual teria lhe aplicado o golpe.

Há pouco mais de 15 dias, um idoso de 70 anos depositou R$ 60 mil para estelionatários que o aplicaram o chamado “golpe dos nudes”. O homem teria aceitado o convite de amizade no Facebook de uma menina e, na sequência, a pessoa teria enviado uma foto nua. A suposta mãe, então, entrou em contato com a vítima dizendo que havia registrado o caso como pedofilia na delegacia. Na sequência, uma pessoa se identificando como policial teria ligado para a vítima solicitando que ela enviasse dinheiro para a mãe da menina, a fim de retirar a queixa. 

Casos como esses são registrados quase que diariamente na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Bento Gonçalves, assim como nas demais delegacias da região. Durante a pandemia, o número de golpes teve crescimento significativo, levando ao desenvolvimento de ações de alerta por parte da Polícia Civil e de agências bancárias. “As tentativas de golpes ocorrem em nossas comunidades há bastante tempo. Com o decorrer dos anos, o que mudou foi a forma como os golpistas atuam, ficando cada dia mais criativos”, comenta o gerente-geral da Agência São Roque do Sicredi, em Bento Gonçalves, Éderson Moisés Protto. “De fato, é um assunto que nos preocupa. O nosso papel está sendo estar próximo, orientando e alertando os nossos associados. Uma das melhores formas de combater é prevenir”, ressalta. 

Conforme o gerente, as pessoas devem ter em mente a diferença entre golpe e fraude. “Fraude é quando há clonagem do cartão do associado, por exemplo. Para casos assim, nós temos um Fundo Garantidor e esse valor é ressarcido. Já o golpe acontece quando há a participação ativa do associado, fornecendo ao criminoso informações pessoais, como dados de conta, cartão e senhas. Neste caso, não há ressarcimento das perdas”, esclarece Protto. 


Foto: Divulgação/Sicredi
 

Por conta da quantidade significativa de associados relatando golpes, o Sicredi se uniu à Polícia Civil de Carlos Barbosa para a elaboração da cartilha “Não Caio em Golpes”. No material, constam as principais situações de golpe registradas no dia a dia. “Estamos trabalhando em todas as agências de Bento Gonçalves, realizando a entrega deste material para os nossos associados”, afirma o gerente.

Entre os golpes citados na cartilha estão: o conto do bilhete premiado; golpe do falso sequestro; golpe do WhatsApp; golpe do falso boleto e do falso site e golpe dos nudes. Conforme Protto, as ocorrências mais comuns são aquelas em que “os associados recebem ligações de golpistas se fazendo passar por colaboradores dos bancos e pedindo informações sobre a conta ou cartão. Algumas vezes, convencem as pessoas de irem até suas casas para buscar o cartão e senha”, alerta. 

Além da elaboração da cartilha, o Sicredi está movimentando suas redes sociais, com posts na página do Facebook da cooperativa e no perfil do Instagram (@sicrediserrana), a fim de alertar os associados. 

“Reforço à comunidade que nunca forneça informações pessoais a terceiros e desconhecidos! Se receberem ligações de pessoas se fazendo passar por colaboradores dos bancos, pedindo por códigos, senhas, combinando de passar na casa dos associados pra buscar cartão, desconfie! Nenhuma instituição financeira faz esse tipo de procedimento. Na dúvida, ligue para uma das nossas agências e fale com o seu gerente de contas”, frisa.