A reinvenção por meio da produção ecológica
Foram as alergias que o agricultor Jorge Salton passou a apresentar na pele há cerca de 20 anos que fizeram ele e a família abandonarem o uso de agrotóxicos e investirem na produção ecológica. Hoje, aos 60 anos, orgulha-se ao dizer que não apenas a sua produção no distrito de Faria Lemos, mas também a alimentação é baseada exclusivamente em orgânicos. Alguns produtos, como a farinha de milho, vêm do que eles plantam. Outros itens como café, açúcar e farinha de trigo, a família compra de produtores de outras localidades. “Até o arroz é orgânico”, afirma Salton.
A reinvenção do trabalho veio em um momento que o agricultor pensava em desistir do campo e mudar-se para a cidade. “Eu desisti da ideia quando percebi que ia ter que comprar os alimentos e não ia estar livre dos agrotóxicos”, conta. Antes de iniciar a produção, foi conhecer propriedades no município de Ipê, que há 30 anos investe no ramo.
Salton explica que a produção de orgânicos é um pouco mais trabalhosa, pois exige mais mão de obra. “Hoje a produção não é tão difícil, pois tem agrônomos que investem em pesquisas na área”, observa. Salton conta com a ajuda da mulher Serlei e de dois filhos. “Trazia os meninos na feira quando eles eram pequenos e acabaram gostando”. Apenas a filha optou por sair da propriedade para estudar e conclui a faculdade de Farmácia neste ano.
Em alguns produtos, como o pêssego, por exemplo, a perda da produção orgânica em relação à convencional é maior. “Mesmo assim compensa, pois ganhamos no preço”, avalia. Por exigir mais trabalho na produção, os itens acabam tendo um valor agregado maior. “Aqui ainda é mais barato do que em Porto Alegre”, exemplifica Salton. Quando as plantas precisam de algum tratamento, o uso de produtos químicos é evitado. A família recorre a alternativas mais ecológicas, como cinza, melado ou leite.
Dia do Colono
Desde 1969, no dia 25 de julho é comemorado o Dia do Colono, como forma de homenagear os colonizadores que vieram ao Sul do Brasil após a independência do país, em 1822. Foi nesta data, em 1824, que chegaram 39 famílias alemãs à Real Feitoria da Linha Cânhamo, atual cidade de São Leopoldo (RS).
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