A sintonia da carroça

Eu já disse aqui que eu tenho a sorte de ter os bons sempre perto de mim. Perto, diga-se, mesmo de longe, na mesma sintonia. E é essa sintonia que nos faz perto! 

Não é novidade aqui que eu sou um fã incondicional do professor, advogado e amigo Dr. Jader Marques. Pois bem, mais uma vez, nesta semana que eu já havia começado a tratar sobre o silêncio e o barulho da carroça vazia, na última quarta-feira, em mais uma edição do imperdível “Trem das Onze”, da “Escola de Criminalistas”, o professor Jader falava sobre a importância de saber ouvir, bem como quão vazio pode ser o intenso, que fala sobre tudo e, às vezes, não reflete sobre nada, fazendo – e isso é uma conclusão minha –, ao final, seu discurso parecer vazio. 

E isso me levou a mais uma conversa com a querida Dra. Viviane Weirich, com quem tenho trocado as maiores experiências filosóficas possíveis nos últimos tempos, e que também já vinha refletindo sobre o assunto. Eis as nossas reflexões, para que vocês compartilhem-nas conosco. 

Pois bem, quem nunca ouviu aquela máxima de que “quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz”? 

É uma analogia extremamente rica da sociedade atual, o espelho perfeito do “colunista” de rede social; do inoportuno que fala alto e interrompe as pessoas; aquele que acaba com almoços de família; que entende de qualquer assunto, que opina sobre tudo e tem uma crítica formada até sobre o que nunca leu; ou seja, o idiota de plantão. 

Via de regra é assim! Indivíduos que sabem de tudo, que fazem mais do que todos e que estão, em verdade, externando uma carência de atenção, de acolhimento, de carinho. São pessoas com uma necessidade absurda de ter sempre alguém concordando com elas e que, muito dificilmente, sabem escutar. Elas querem, exclusivamente, ser ouvidas. 

Geralmente, esse tipo de pessoa coincide com aquele que é deveras muito atarefado, que nunca tem tempo e que, via de regra, rejeita interesses de outrem, aquele que não vê nada além do próprio umbigo. 

Todos podemos nos tornar “carroças vazias” quando não a/nos enchemos do que é essencial. E carroças vazias, por sua inutilidade, em algum momento, acabam jogadas em um canto, apodrecendo, enquanto outras fazem o que precisa ser feito. Não é porque sabemos argumentar que devemos fazê-lo. Ou porque sabemos algo sobre aquele assunto que devemos sair falando. E falando o tempo inteiro. E falando no lugar e na vez do outro. E falando como se fôssemos os donos da verdade! Não raras vezes o nosso silêncio diz muito mais do que as nossas palavras. 

Aliás, até o tolo, quando em silêncio, passa por sábio. 

Excelente semana a todos, sem muito barulho.

 Até a próxima!

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