A vida depois da morte

Ouve-se falar com frequência que do outro lado da vida nada se sabe porque ninguém voltou para contar. 

As escolas filosóficas apresentam duas teorias diferentes para explicar o que acontece com a alma após a transição.

A primeira hipótese diz o seguinte: “A perfeição do ser humano é a sua absorção no infinito, tal como as ondas se desvanecem nas águas do Nilo”. Como sabemos o Nilo é um rio do Egito, que tem ondas, as quais podem ser produzidas pelo vento ou outras causas. Quando uma dessas ondas vai diminuindo até desaparecer, ela se integra ou é absorvida pelo rio, formando com ele uma só unidade, perdendo assim a sua individualidade. Da mesma forma, segundo essa teoria, o ser humano ao findar a existência terrena, seria absorvido pela consciência universal, perdendo sua individualidade para viver numa só unidade com Deus a eterna felicidade.

A segunda hipótese ou teoria afirma que após a transição a alma vai sim viver na unidade da consciência universal, mas sem perder a sua individualidade, porque da mesma forma que as ondas de rádio, televisão, telefones celulares e outras, cruzam o espaço sem se chocarem, sem se alterarem e sem se anularem, assim também o ser humano viverá eternamente na Unidade do Todo sem perder a sua identidade.

Cada um é livre para escolher com qual delas vai concordar.

A vida do outro lado em nada se parece com esta. Destituída do corpo físico, cessam para a alma os valores de tamanho, espaço e tempo, para emergir numa única dimensão, a dimensão do “EU”. Depois da morte a tendência do homem é volver sua atenção para dentro e viver mais em sua mente do que em um mundo externo. As correntes de pensamento que costumava dirigir para o exterior tornam-se rodeadas de um vazio, causado pelo desaparecimento de seu instrumento, o corpo. É como uma pessoa que atravessando uma ponte se encontrasse subitamente detida ante o vácuo, por haver desaparecido a ponte.

Imediatamente depois da perda do corpo físico ocorre a reconstrução do corpo astral, que tende a encerrar na parte interna as energias mentais para impedir sua expressão externa e é isso que mantém a sua identidade. A matéria astral não sendo perturbada pelos atos daqueles que ficam na terra, forma uma couraça ou capa isolante e, quanto mais pura, elevada e virtuosa tenha sido a vida que terminou, tanto mais completa é a barreira entre as impressões de fora e as sugestões internas e maior a proteção. Esse nicho ou casulo é a sua morada, o seu lugar, e aqui vale lembrar as palavras de Cristo: “Na casa de meu Pai há muitas moradas… pois vou preparar-vos lugar”. Além dessa proteção está a alma em contato permanente, ou pode acessar instantaneamente o contato com qualquer entidade que se encontre no reino da luz.

No entanto a pessoa que é assim refreada na expansão externa de suas energias, é muito mais receptiva às influências do mundo mental e, portanto pode ser auxiliada, consolada e aconselhada de um modo muito mais eficaz do que quando estava na terra.

Atualmente tudo o que podemos fazer pelos vivos, por meio do pensamento, podemos fazer ainda mais facilmente com relação aos que passaram antes de nós pelas portas da morte, pois para eles não existe nenhuma matéria física grosseira, para por em vibração antes que o pensamento possa chegar à consciência desperta.

No mundo em que habitam os que se libertaram do corpo físico, um pensamento amoroso é tão palpável aos sentidos, como aqui podem ser as palavras carinhosas ou os ternos cuidados. Assim pois todos os que partiram devem ser seguidos por pensamentos de paz e amor, por desejos de que atravessem rapidamente os vales da morte em busca das brilhantes regiões superiores. Muitos são os que permanecem no estado intermediário mais tempo do que deveriam porque não tinham o hábito de possuir amigos que saibam como ajudá-los do lado de cá, na morte. E se a gente da terra soubesse quanto consolo e felicidade experimentam os viajantes que caminham para os mundos celestes por meio desses verdadeiros mensageiros angélicos, ou sejam, esses pensamentos de amor e de coragem; se soubessem o poder que tem para reanimar e consolar, ninguém ficaria abandonado pelos que vivem ainda neste mundo. Os queridos “mortos” têm, seguramente direito ao nosso amor e cuidado, além disso, quão grande é o consolo para o coração, que carece da presença que ilumina sua vida, poder continuar servindo ao ser amado e rodeado em sua marcha pelos anjos guardiães do pensamento.

Não é por acaso que se costuma rezar missa para os mortos e dirigir pedidos como: “Dai-lhe Senhor o descanso e a luz eterna”. É que as preces dos homens são mandamentos de Deus.

A crucificação não é algo que possa ser evitado, cedo ou tarde ela virá para todos, mas quem for lançado às trevas no julgamento final pode perder as esperanças, não tornará a ver a luz e haverá entre os bons e os maus um abismo intransponível.

A vida futura é definitiva. Depois de passar pelas provações, livre para sempre da tortura dos maus espíritos, alcançará a alma o descanso no perpétuo regozijo da paz celestial, e na companhia dos filhos da luz cujo contato é permanente e instantâneo.

Urge pois aproveitar ao máximo esta existência para a prática do bem, que se traduz em humildade, amor e serviço. A vida é preciosa demais para ser desperdiçada. Não faça de sua vida em borrão, pode ser que não dê tempo de passá-lo a limpo.

Canta, canta, canta, óh alma querida!

Venera, venera, venera, óh alma querida!

Em ti está tua própria beleza,

Beleza que não tem fim.

Dr. Antônio Carlos Koff
ackoff@terra.com.br


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