A voz da empatia

Escrever uma coluna semanal em um jornal de relevância como o SERRANOSSA carrega uma importância ímpar. Pode parecer que não, mas, sim, às vezes é difícil encontrar um tema que vá fazer com que o leitor queira, ainda, permanecer acompanhando o pouco que eu tenho para compartilhar. Eu, pelo menos, acho pouco, já que sei que nada sei, parafraseando Sócrates e, por isso, permaneço na condição de eterno aprendiz. Mais ainda, é preciso cativar o leitor para que o patrocinador continue permitindo que eu me mantenha aqui, pagando por isso. 

Conversando com o presidente da OAB/RS, pela Subseção de Bento Gonçalves, Dr. Rodrigo Terra de Souza, que, além de um bom colega, é um grande amigo, com quem compartilho e partilho de muitas posições e opiniões, nos pegamos falando sobre a evolução dos nossos trabalhos como advogados ao longo dos nossos anos de profissão. Para mim, lá se vão 15 anos de advocacia. Para o Dr. Rodrigo, mais ou menos o mesmo tempo. 

Vivenciamos, nesse período, uma evolução comportamental entre os colegas que, outrora vistos, e tratando-se como adversários, hoje conseguimos agir mais como colegas de profissão. Houve, pela maioria de nós, a construção do conceito de profissionais e, também, amigos fora das causas. Afinal, como dizem alguns mais experientes e que se deram conta disso que estou falando aqui, “os clientes passam; os colegas ficam…”. No início, aliás, lembro bem do comportamento de alguns. Uns, mais próximos e, ouso dizer, já evoluídos, entendiam que há mercado para todos, que há clientes para todos e que, sempre, ajudar ao próximo, mais ainda um colega, gera empatia e não concorrência. Ao mesmo tempo, não se pode ganhar sempre. Ganha-se também, e mais ainda, estendendo a mão a quem precisa. Outros, por sua vez, somente se permitiam ajudar se recebessem uma parte dos honorários referentes ao processo. 

Dr. Rodrigo e eu, aqui, concordamos com o fato de ganhar estendendo a mão, de que ganhamos mais ajudando no desenvolvimento dos mais jovens, dos novatos, dos aprendizes do que tirando desses uma fatia, pequena, daquilo que irão receber ao final. E, nesse ponto, vale um destaque especial para o Dr. Felipe Panizzi Possamai, que também é muito solícito e está sempre disposto a ajudar aos mais novos. Alguns apelidaram ele de “papi” por causa disso. Até eu mesmo já o chamo assim, afinal, sempre que se pede ajuda, ele está disposto a ajudar. E ajuda com propriedade! 

Essa visão que se tem dos médicos desde há muito, pois são um grupo muito unido, está, felizmente, chegando à classe dos advogados. Tenho visto isso, também, entre os corretores de imóveis. Antes tidos por predadores, concorrentes ferrenhos uns dos outros, hoje também estão se reunindo e trabalhando pela capacitação e pela melhoria coletiva da categoria. Aliás, nesta semana, no dia 27/08, foi o dia deles. Parabéns, corretores! 

Pois bem! O sol nasce para todos. E ajudar ao próximo, mesmo que da mesma profissão, não vai me tirar da sombra…

Até a próxima!

 

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