Abaixo-assinado pela RSC-470 continua até dia 31

As entidades que organizam o abaixo-assinado em prol da federalização da RSC-470 decidiram prorrogar o prazo para coleta das assinaturas. Conforme noticiado pelo SERRANOSSA na última edição, a adesão dos bento-gonçalvenses foi aquém do esperado, com apenas 25 mil dos 50 mil nomes esperados. Agora uma nova mobilização inicia, objetivando melhorar os números até o dia 31 de outubro.

Entre as razões que levaram à prorrogação estão o apoio político que a causa vem ganhando. Nesta semana o presidente da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICs Serra), Ademar Petry, participou de uma comitiva que esteve em Brasília para buscar apoio de deputados da bancada gaúcha. No encontro foi informado que o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) já possui estudo de viabilidade técnica necessário para dar andamento à federalização e que a inclusão da RSC-470 no Plano Nacional de Viação integra a lista de prioridades enviadas ao governo Federal. “Também temos notícias de que o Ministro dos Transportes, Paulo Passos, estará no Rio Grande do Sul no dia 14. Vamos tentar trazê-lo para a Serra ou, se não for possível, iremos ao encontro dele em Porto Alegre buscando sensibilizar o governo Federal sobre a situação da rodovia”, detalha Petry.

Diante de um novo prazo, o presidente do Centro da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves, Henrique Tecchio, convoca a população: “Precisamos nos unir para mostrar que a comunidade está engajada nesta luta”, solicita. Ele também explica que o movimento pró-federalização não está restrito ao abaixo-assinado, apesar de esta ser uma etapa primordial para o sucesso do pleito. “Nos bastidores estamos trabalhando fortemente, sobretudo para sensibilizar a classe política”, informa.

A coleta de assinaturas segue até o dia 31 de outubro, com o mesmo objetivo da primeira etapa: atingir 50 mil assinaturas em Bento Gonçalves. As listas estão disponíveis no comércio em geral, em entidades representativas, como sindicatos e associações de bairro, e nos órgãos públicos. A próxima avaliação de adesão será feita no dia 14, com o balanço final previsto para o dia 31.

Para quem ainda tem dúvidas

O número reduzido de assinaturas foi atribuído basicamente à falta de mobilização da comunidade. Mas alguns casos específicos chamam atenção. Um bom exemplo é um leitor do SERRANOSSA que entrou em contato nesta semana contando que teve a oportunidade de assinar o documento, mas optou por não fazê-lo por não ter compreendido quais os benefícios da federalização. “Vi cartazes pedindo assinaturas e falando da federalização, mas não consegui distinguir o porquê. Quem garante que uma estrada sobre gestão Federal irá ser melhor administrada? Temos diversos exemplos de BRs que estão inclusive sem asfalto, ou agonizando, o governo assume e depois esquece. Nossos impostos acabam parando em Brasília, quem garante esta distribuição?”, questiona o leitor Cassiano Scandolara Rodrigues.

O presidente do CIC argumenta que a federalização é uma alternativa viável uma vez que não está sendo criada uma nova estrada, mas sim está se buscando devolver o patrimônio ao governo Federal, uma vez que a BR-470 é estadualizada (por isto a denominação RSC) somente em um trecho do Rio Grande do Sul. “Estamos vendo as dificuldades que o governo do Estado têm na simples manutenção de rodovias, o que nos leva a crer que é inconcebível, neste momento, obras mais complexas como um novo traçado ou duplicação. Se devolvermos à estrada à condição original, ou seja, à União, temos chance de incluir estas obras no Programa de Aceleração do Crescimento, que anualmente tem verbas muito expressivas para infraestrutura”, explica Tecchio. Ele também defende que no Rio Grande do Sul as rodovias federais estão em condições muito melhores do que as estaduais, inclusive a própria BR-470.

Greice Scotton 

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