Acompanhante de paciente com covid-19 grava vídeo exigindo tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada
Não bastasse o desgaste físico e emocional enfrentado pelos profissionais de saúde há mais de um ano, médicos e profissionais de saúde estão tendo que lidar com pacientes e acompanhantes exigindo o tratamento com medicamentos, os quais, segundo os especialistas, não têm eficácia comprovada contra a doença e podem oferecer riscos.
Um vídeo que circula nos grupos de aplicativo e redes sociais, gravado no Hospital Tacchini, mostra uma mulher, que acompanha o pai internado com Covid-19, criticando os médicos por não oferecer Hidroxicloroquina, Azitromicina e Ivermectina. “Os médicos não estão deixando usar as medicações que realmente salvam. Eu não aceito”, diz ela, aos gritos, acusando, inclusive, o hospital de negligência.
Em nota oficial, o Hospital Tacchini esclarece que o vídeo, além de ter sido captado sem autorização, traz à tona a prática de uma ação extremamente perigosa e proibida: a administração de remédios sem o conhecimento prévio da equipe de saúde responsável pelo paciente. “O hospital alerta que essa prática representa um perigo real ao paciente, uma vez que as interações entre as drogas administradas pela instituição e as oferecidas pela própria acompanhante de forma clandestina são desconhecidas e podem causar reações adversas graves, dependendo do caso”, alerta.
O Tacchini ainda alerta que o papel exercido pelos profissionais da linha de frente durante toda a pandemia são baseados em evidências científicas e técnicas. “Estamos atravessando o momento de maior dificuldade desde o início da luta contra a Covid-19 e a situação pode induzir a ações desesperadas, mas este é o momento de juntarmos forças para combater o real inimigo: o vírus”, finaliza.