Acusada nega participação na quadrilha de pastores
Foi alegando inocência que a mulher acusada de ser a líder da quadrilha de pastores, que aplicou golpes em pelo menos seis Estados brasileiros, prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Veranópolis, na manhã de quarta-feira, dia 25.
Cinco pastores que haviam sido presos no dia 11, durante a operação “Deus tá vendo” a apontaram como sendo a mentora dos golpes, que segundo cálculos preliminares da Polícia Civil, teria movimentado cerca de R$ 20 milhões, em todo o Brasil. Somente na Serra, onde foram identificadas pelo menos 40 vítimas, o montante chega a R$ 1,2 milhão. A polícia tem informações que a quadrilha agiu nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A suspeita se apresentou na Delegacia de Polícia, na tarde de terça-feira, dia 24, e permanece detida no Presídio Estadual de Nova Prata. Segundo o delegado Álvaro Pacheco Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves e coordenador da operação, ela afirma que não recebeu nenhum dinheiro. “A acusada alega que não sabia do golpe e apenas falava o que os pastores solicitassem que ela dissesse”, relata. Na quinta-feira será realizado o reconhecimento da acusada e na sexta-feira ela será novamente interrogada.
O golpe
A atuação da quadrilha na Serra Gaúcha teria iniciado ainda em 2010, quando pastores ofereceram a amigos e fieis da Igreja automóveis, caminhões e ônibus a preços bem abaixo do mercado, que seriam doações da Receita Federal. Segundo o depoimento dos envolvidos a polícia, essa alegação teria sido repassada pela acusada, que se passou por juíza federal, procuradora e até delegada de polícia.
As vítimas realizavam o pagamento a vista, através de depósito bancário, em nome de Igrejas e laranjas, que repassavam a acusada. Os pastores eram instigados a realizar a venda e com isso ganharia comissões. Os veículos nunca foram entregue aos compradores e em alguns casos nem os pastores receberam o dinheiro prometido.
Os cinco presos no dia 11 de julho, durante a operação “Deus tá vendo”, foram liberados na terça-feira, dia 17. Eles foram postos em liberdade após ter finalizado o prazo de cinco dias do pedido de prisão temporária e terem colaborado com a investigação. Mesmo em liberdade eles responderão por formação de quadrilha e estelionato.
Reportagem: Katiane Cardoso
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