Acusado de agredir 10 ex-namoradas e tentar matar uma delas no RS é condenado
O homem, que não teve identidade divulgada, recebeu sentença de 13 anos de prisão
Um homem investigado por agredir 10 ex-namoradas e acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por tentar matar uma delas foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão pelo Tribunal do Júri em Porto Alegre. O julgamento iniciou na última quinta-feira, 15/08, e terminou na sexta-feira, dia 16 de agosto. O cumprimento inicial da pena é em regime fechado. O réu já se encontrava no sistema prisional.
O crime ocorreu no Bairro Hípica, zona sul de Porto Alegre, em dezembro de 2019, e as qualificadoras foram motivo torpe, dissimulação, meio cruel em razão de asfixia e a questão de gênero. Na madrugada de 3 de julho, após cerca de 13 horas de sessão, a Justiça dissolveu o Conselho de Sentença que julgava este mesmo caso e, por isso, ocorreu um novo júri. O promotor de Justiça Eugênio Amorim atuou em plenário pelo MPRS.
“O 4º Tribunal do Júri de Porto Alegre, que julga todos os feminicídios da Capital, mais uma vez, tomou a decisão adequada, impondo uma justa condenação, com base nas provas, contra o acusado de uma tentativa de feminicídio muito grave, e que registrava também, isso é importante dizer, um histórico de várias agressões a outras mulheres, durante toda sua vida. De certa forma, foi também condenado o discurso defensivo, carregado de preconceito e de justificativas acerca da dominação, quase que material, em forma de objeto, do homem em relação à mulher. O Ministério Público, portanto, encontra-se plenamente satisfeito com a decisão do tribunal do povo”, disse o promotor.
O crime
Ainda de acordo com o promotor, a vítima só sobreviveu ao crime, que ocorreu dentro de um carro estacionado em uma rua da cidade, porque foi socorrida por um motorista que parou seu veículo ao perceber as agressões. Além disso, na época, o réu também descumpriu medida protetiva e foi preso em fevereiro de 2020 em um apartamento no Centro de Porto Alegre.
O réu tem um histórico de agressões contra outras nove ex-namoradas desde 2001, com vítimas da Capital, Gravataí, Brasília e Barcelona, na Espanha. Em 2019, o investigado chegou a ser preso em uma operação de combate a feminicídios realizada em todo país, mas foi liberado um dia depois. Atualmente, ele está preso na Penitenciária Estadual de Canoas.