Acusado pela morte de Bellini pode ir a júri

O processo de um dos homicídios mais emblemáticos de 2012, que envolveu drogas, bebidas e adolescentes, avançou no último mês. O jovem Antônio Carlos Rael da Silva, apontado como um dos autores da morte do empresário Juliano Bellini, pode ir a júri popular. Conforme a sentença de pronúncia, outros dois adolescentes participaram do ato, os menores A.J.S. – internado na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), de Porto Alegre –, e J.B.S. – recolhido no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), de Caxias do Sul. Da decisão cabe recurso.

Segundo o documento, a vítima teria se encontrado com os adolescentes ainda no dia 11 de março de 2012 e passado a noite e a madrugada em uma boate, onde o grupo ingeriu bebidas alcoólicas e fez uso entorpecentes. Por volta das 7h do dia 12, eles foram até a linha Zemith a fim de consumir mais drogas. No local, Bellini teria sido atacado pelo trio. A motivação seria um suposto envolvimento amoroso da vítima com a irmã do réu. Na fase processual, a garota negou que ele tivesse forçado um relacionamento. Silva ainda teria oferecido drogas como recompensa aos adolescentes para auxiliá-lo no homicídio. 

Segundo a sentença de pronúncia, Silva teria iniciado as agressões aplicando uma “gravata” no pescoço da vítima. Bellini ainda teve as mãos e os pés amarrados com cadarços e um cinto. O adolescente A.J.S. teria retirado umas das meias da vítima e colocado em sua boca, provocando a asfixia. Após o fato, os três saíram do local no carro de Bellini, um Renault/Clio que foi localizado horas depois abandonado no bairro Cidade Alta. 

O réu está sendo acusado de homicídio triplamente qualificado, uma vez que o crime foi praticado por motivo fútil, houve utilização de meios cruéis e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. 

Mudança de versão

O adolescente A.J.S., em depoimento à juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, mudou a versão inicial dada à Polícia Civil – que o réu teria comentado na boate a intenção de matar a vítima em função do suposto relacionamento com a irmã dele – e alegou ser o autor do assassinato, motivado por dívidas não pagas por Bellini. Em juízo, ele disse ainda que o réu somente teria dado uma “gravata” na vítima e que as agressões teriam sido desferidas por ele e pelo outro adolescente.

A segunda versão do menor foi confirmada pelo réu, que alega inocência. Silva descreveu em depoimento que a vítima e A. começaram a brigar e, quando ele pediu que as agressões a Bellini cessassem, o adolescente disse que não pararia porque a vítima devia dinheiro a ele. Ainda na versão do acusado, a briga continuou até que o empresário desmaiasse. O trio saiu do local – uma área de difícil acesso – e seguiu em direção ao veículo que estava na beira da estrada. Foi quando o adolescente alegou ter esquecido a carteira e retornou ao local sozinho. Nesse momento, ele teria matado a vítima.

Reportagem: Katiane Cardoso


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