Adroaldo Dal Mass: Hora de desejar e pedir

É hora de desejar e pedir. Mais do que nunca! E isso porque é Natal. E Natal é assim, para além das orações e da crença de cada um. Não que em outros momentos não se deseje e não se peça. Pelo contrário, se vive desejando e pedido, fruto de nossa condição humana insaciável pelo ser e pelo ter.

Talvez a diferença em relação a todos os outros dias do ano nesse ato de desejar e pedir é que, agora, com o Natal e seu espírito, somos contagiados por uma quase milagrosa e inexplicável emoção que nos leva a pedir e desejar ainda mais e para os outros. Com o Natal deixamos de desejar e pedir somente para nós, pelo menos se considerarmos reais as mensagens escritas, faladas, televisadas e, por que não dizer, aquelas que nos são ditas de tão perto, com abraços e beijos.

E então, se é tempo de desejar e pedir, que então desejemos e peçamos. Mas o que desejar e pedir? E para quem? E por quê? E existe algum limite espiritual, material ou moral para isso?Ah! a arte de refletir, esta condição humana que para muitos já foi esquecida ou deixada em segundo plano pela “dor” e responsabilidade  que ela ocasiona. É mais fácil não refletir, com certeza, já que ela nos traz responsabilidades. Ah!, a tal de consciência? E se ela inventar de nos condenar caso a reflexão nos aponte para o quanto podemos estar dissimulando? Então o caminho seria o mais fácil de desejar e pedir  apenas pelo ato de desejar e pedir?

Não cabe aqui a resposta. Ela dependeria de um compêndio de tantas outras reflexões que dá medo até de pensar em tantas que elas são. Se é assim, o que minimamente fazer e pensar? Acho que dá para resumir tudo em algo que para além de tantos argumentos questionáveis ou não, esse não falharia: desejar o bem e pedir pelo bem.

Talvez com esta palavrinha possamos nos concentrar minimamente, graças a tudo que ela guarda, em fazer valer sinceramente tantos desejos e pedidos de forma positiva e sem medo de errar ou sermos condenados pela nossa consciência ou, ainda e talvez, por alguma instância divina superior que, quiçá, do alto de sua onipresença, onisciência e onipotência, poderia aprovar ou desaprovar nossa conduta.

Então, façamos o mais simples: desejemos e peçamos o bem. O bem para nós mesmos, o bem para nossos familiares e amigos, o bem para os que nos rodeiam e ainda não conhecemos e aos que nunca conheceremos, o bem para a sociedade, o bem para a cidade.

Ao pedir e desejar o bem para nós e para os outros, que mal poderia nos afligir? Se desejo e peço o bem para todos os outros e todos os outros estão sinceramente a desejar e a pedir o bem para mim, como poderíamos ser atingidos pelo mal, tão variante, tão diversificado, quando praticado pelas mãos do outro?

Afinal, que presente maior cada um de nós poderia desejar para além do simples bem: estar bem, fazer o bem, receber o bem.

Então, se é tempo de desejar e pedir, faço isso, nesta coluna de Natal, para todos vocês: desejo e peço a mim e para todos vocês que pensemos e ajamos pelo bem, o meu, o teu, o de todos. Feliz Natal!

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