Agências do RS já oferecem pacotes do chamado ‘Turismo de Vacina’ nos EUA

Há alguns dias, algumas localidades dos Estados Unidos passaram a oferecer vacina contra a COVID-19 para turistas, é o caso da cidade de Nova Iorque e o estado da Florida. Diante da novidade e do atraso na campanha nacional de vacinação no Brasil, diversos brasileiros têm se esquematizado para visitar o país e receber a imunização. Nesta semana, agências do RS passaram a organizar pacotes para auxiliar esses turistas, tendo em vista que a entrada de brasileiros nos EUA requer algumas medidas. 

É o caso da agência Coacoba, de Porto Alegre. A proprietária Aline Cobalchini conta que a empresa esteve atenta aos últimos acontecimentos do mundo, principalmente no que diz respeito à abertura e fechamento das fronteiras. “Quando a Florida começou a vacinar não apenas os americanos, mas também quem morava lá e prestava serviços – e tivesse comprovante de residência no estado – já ligamos um alerta que algo poderia acontecer. Não demorou muitos dias pra eles abrirem a vacinação pra turistas também”, comenta. 

Segundo Aline, diversas pessoas têm entrado em contato com a agência questionando sobre a abertura das fronteiras com os Estados Unidos. “Vimos [na vacinação dos turistas] uma oportunidade para ajudar os clientes que querem ir para lá e também já tomar a vacina, que está demorando muito aqui no Brasil”, revela. 


Proprietária da agência Coacoba, de Porto Alegre, Aline Cobalchini. Foto: arquivo pessoal
 

Entretanto, para ingressar nos Estados Unidos, é preciso cumprir quarentena obrigatória de 15 dias em países específicos: Panamá, México e República Dominicana, onde não há restrição de entrada. Após o período, ainda é preciso fazer um teste RT-PCR antes de seguir para os EUA.

Por conta disso, os pacotes oferecidos pela Coacoba incluem, entre outras coisas, passagem área do Brasil até o país escolhido para quarentena, estadia em hotel por 15 dias, passagem e estadia para os EUA. “Esse turismo é bem voltado ao público de classe A e B, que tem flexibilidade de datas (são quase 20 dias) e também estão tranquilos em termos financeiros”, pontua Aline. 

Em Bento Gonçalves, algumas agências como a Avanti Viagens também já estão oferecendo esse tipo de serviço. Conforme a proprietária Camila Polonia dos Santos, os pacotes são montados conforme o perfil de cada cliente, “dependendo da onde a pessoa quer ficar para quarentena, e demais detalhes”.


Foto: Michael Nagle/Bloomberg

Útil ao agradável

A ansiedade pela vacina é compartilhada por milhões de brasileiros que sequer têm perspectivas de quando receberão a primeira dose. Não pertencente a grupos prioritários, uma moradora de Porto Alegre comenta que está trabalhando há 15 meses em home office, sem interação social. “Todo esse tempo fiquei sem poder abraçar a minha mãe, que recebeu a primeira dose da CoronaVac e está entre os milhares sem previsão de recebimento da segunda”, lamenta. 

Movida pela situação de imprevisibilidade, a gaúcha decidiu contatar a agência Coacoba para se informar sobre o turismo de vacina. “Sabendo que em outro país as vacinas estão ‘sobrando’, parece uma oportunidade de ter maior segurança”, comenta.

Além das pessoas que têm buscado essa opção de viagem com foco no recebimento da vacina, há quem já pretendia viajar aos EUA e deverá unir o útil ao agradável com essa nova opção. “A gente tinha planos de ir aos Estados Unidos para o nascimento da nossa neta, em março. Mas abortamos a missão em decorrência da segunda onda. Desde então, sempre entrava em contato com a Coba para saber se as fronteiras já estavam abertas”, relata a cliente Ana Paula Severo Barboza.

Na semana passada, a agência entrou em contato com Ana Paula para relatar que as fronteiras estariam abertas, desde que cumprida a quarentena. “É isso que nos judia, os 15 dias de quarentena, mas a gente tem vontade de ir sim, para tomar a vacina e conhecer nossa netinha”, diz.

Nos locais dos EUA onde a vacina foi liberada aos turistas, é possível escolher entre a Pfizer, Moderna ou Johnson & Johnson. Para aquelas em que é necessária apenas uma dose, o recomendado é que o turista permaneça por pelo menos quatro noites no destino. Se a dose for dupla, o ideal é, aproximadamente, 23 dias, para receber a segunda dose. Estão sendo vacinadas pessoas acima de 16 anos, sendo necessário ter visto válido no momento do embarque.