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Agricultura do RS teve perdas milionárias causas pelas chuvas, aponta relatório

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As principais culturas de grãos afetadas foram trigo, soja, milho, milho silagem e arroz

Foto: Emater/RS

Um relatório que apresenta perdas relacionadas à infraestrutura, produção primária, pecuária e pastagens – em decorrência do granizo, das chuvas e dos ventos fortes que atingiram o Rio Grande do Sul – foi divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) na terça-feira, 28/11. O documento, que abrange os eventos climáticos ocorridos entre 16 e 24 de novembro, foi elaborado pela Emater/RS-Ascar. Os dados são oriundos do sistema Sisperdas – abastecido, em primeira mão, com informações de todos os escritórios regionais e municipais da Instituição.

Segundo o relatório, 198 municípios apontaram perdas no setor agropecuário, e 115 deles decretaram situação de emergência em 12 regiões administrativas da Emater/RS-Ascar. O número de localidades atingidas foi de 3.220, e o de propriedades afetadas é de 72.318.

Em relação à infraestrutura, 37.640,65 quilômetros de estradas vicinais foram afetados, e 1.238 comunidades enfrentaram problemas de escoamento da produção. Ao todo, 434 fontes de água foram contaminadas e 8,4 mil famílias ficaram sem acesso à água. O número de produtores que tiveram suas construções e instalações afetadas chegou a 6.307, sendo que foram prejudicados 63 armazéns, 71 silos, 242 estufas de fumo, 1.161 estufas/túneis plásticos para horticultura, 578 aviários, 772 açudes e 229 pocilgas.

As principais culturas de grãos afetadas foram trigo, soja, milho, milho silagem e arroz. Os prejuízos nas áreas de produção atingiram 120,6 mil hectares, com uma estimativa de perda de mais de 205 mil toneladas. As perdas nas lavouras de soja foram reportadas por 4.006 produtores, afetando 83,5 mil hectares. Nas lavouras de milho, foram perdidas 131,6 mil toneladas, em 67,4 mil hectares, prejudicando 10.302 agricultores.

Também há registro de perdas nas lavouras de aveia (825 toneladas), cevada (12,5 mil toneladas), canola (3,2 mil toneladas), linho (1,2 mil toneladas), feijão 1ª safra (307 toneladas), milho silagem (377,8 mil toneladas) e aveia branca (223,5 mil toneladas). O total de produtores com prejuízos no setor de grãos chegou a 19.711.

Em relação à fruticultura, 6.915 produtores registraram perdas na produção. As culturas mais afetadas foram de uva de indústria, maçã e bergamota. Outros 2.923 produtores indicaram prejuízos em olerícolas e 9.165 apontaram danos na produção de fumo.

Sobre as pastagens, foram atingidos 15.320 hectares de pastagem nativa, 24.290,50 hectares de pastagem cultivada e 6.440 hectares de silagem, com um total de 5.932 produtores prejudicados.

A atividade pecuária nas regiões afetadas registrou problemas para 286 produtores. Foram perdidos 260 bovinos de corte, 29 de leite, 181 suínos, cerca de 167 mil aves comerciais, 72 toneladas de peixes e 5.160 caixas na apicultura. Na produção leiteira, 7,69 milhões de litros de leite não puderam ser coletados e 3.412 produtores foram prejudicados.

Secretaria cria medidas para atendimento a produtores prejudicados

A SDR anunciou, na segunda-feira, 27/11, a segunda etapa do Programa de Recuperação da Fertilidade do Solo, com R$ 15 milhões para recuperar áreas cultiváveis no Vale do Taquari, na Serra e na região Norte. A Secretaria fará convênio com municípios para contratar máquina e comprar, distribuir e aplicar insumos (como corretivos, condicionadores de solo, adubos, bioinsumos ou ainda sementes de cobertura). Os beneficiários serão selecionados pelo município e terão limite individual de R$ 30,6 mil.

Na semana passada, a SDR havia anunciado um projeto de apoio à Pecuária Familiar. O público da iniciativa são os agricultores e pecuaristas familiares que desenvolvem suas atividades produtivas com foco na pecuária de corte; que façam parte do grupo ou associação de produtores envolvidos diretamente em uma das seis Unidades de Aprendizagem Coletiva (UACs) da região da Campanha/Alto Camaquã; e que queiram implantar e multiplicar os conhecimentos e manejos construídos no âmbito das UACs para desenvolvimento da sustentabilidade da pecuária familiar na sua propriedade.

Já o Projeto de Apoio aos Produtores de Leite atingidos pelos eventos climáticos de setembro foi lançado no início deste mês. O programa é voltado para cidades em situação de calamidade pública decorrente das chuvas intensas. O recurso para desenvolvimento do projeto é de R$ 2,3 milhões.

Para os dois últimos projetos, será disponibilizado financiamento por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) no valor limite de até R$ 15.000 por beneficiário. A linha de crédito se destina a pessoa física e possui bônus adimplência de 80% sobre o valor financiado, com prazo de carência de até três anos e amortização em até cinco anos para o contrato.

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