Agulhadas terapêuticas

Dores, tensão, ansiedade, depressão, estresse e enxaqueca são itens de uma vasta lista de problemas que podem ser aliviados com acupuntura. Essa forma de medicina oriental de mais de 4 mil anos é considerada, no Brasil, uma alternativa complementar e, segundo especialistas, produz resultados efetivos.

O procedimento é feito com agulhas colocadas em diversas partes do corpo do paciente, de acordo com o tratamento ao qual a pessoa se submete. Segundo o fisioterapeuta e acupunturista Luciano Vedovelli, de Caxias do Sul, a acupuntura é uma terapia holística, porque avalia o corpo todo e não só determinada região. “Para buscar a raiz do problema é preciso que se olhe o corpo como um todo. Esse é um diferencial do tratamento”, destaca.

Vedovelli explica que a técnica é realizada com base nos meridionais da acupuntura, que seriam canais de energia que percorrem todo o corpo. As fontes dessa energia possuem pontos específicos. “O problema é causado pela estagnação de energia em algum ponto. Para resolvê-lo, é preciso liberar o local e fazer com que a energia flua corretamente”, descreve o especialista.

Antes do tratamento é feita uma avaliação para conhecer os hábitos do paciente e detectar onde ocorre a dor ou tensão. “A raiz do problema pode estar em um local e os sintomas aparecerem ou serem sentidos em outro ponto”, afirma o fisioterapeuta.

Apesar do amplo leque de benefícios, a acupuntura não é recomendada para crianças menores de oito anos, pela dificuldade de mantê-las quietas e sem medo das agulhas. “As grávidas também podem fazer, mas alguns cuidados devem ser tomados, como não estimular a drenagem linfática, que poderia induzir contrações”, alerta Vedovelli.

O número de sessões é determinado pela resposta do paciente, pelos cuidados que ele tem em casa, pela intensidade do problema e a cronologia da dor. “Pode variar de 10 a 15 sessões, uma ou duas vezes por semana”, comenta o acupunturista. Vedovelli ressalta que 90% dos problemas das pessoas que procuram a acupuntura são na região lombar e no quadril. “Acupuntura pode servir para estética, relaxamento ou dor, podendo ser o complemento de qualquer técnica.”

Cuidados básicos

Vedovelli alerta para alguns cuidados que o paciente deve tomar no tratamento. “Procurar um profissional habilitado, com alvará, que explique sobre o procedimento e, principalmente, verificar se as agulhas que serão usadas são descartáveis”, enumera. O acupunturista usa álcool para fazer a assepsia do local. Ele ressalta ainda que o ambiente deve estar em temperatura agradável para que o paciente não enrijeça a musculatura ao sentir frio. A música suave de fundo e ambiente em meia-luz também são importantes para promover o relaxamento.

Para quem tem medo da dor que a agulha pode provocar, Vedovelli esclarece que ela é colocada no poro e, no máximo, se sente uma leve picada. Às crianças menores de oito anos – e para aqueles que não querem arriscar – existe a laserpuntura que, como o nome sugere, é feita por raio laser.

Curiosidades

No ocidente, a acupuntura ganhou este nome pela junção das palavras acus (agulha) e punctum (puncionar). As agulhas têm uma ponta mais espessa, para facilitar o manuseio, e podem ser de aço ou alumínio. A moxa, um composto de algodão e ervas secas – normalmente artemísia – prensadas, também pode fazer parte do processo. Semelhante a um charuto de incenso, é usada para fazer calor em determinados pontos do corpo.

 

Francine Ghiggi

 

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