AIDD comemora Dia da Síndrome de Down
A praça Via Del Vino foi o palco escolhido. Em meio a reformas no centro de Bento Gonçalves, o grupo se destaca pela leveza e simplicidade em passos ensaiados. Mas o ritmo vai além e abraça a inclusão social e o respeito, fazendo parar quem passa por ali apressado. Ana Graziela Rodrigues, 31 anos, segue atenta às orientações da professora. O primeiro momento é para aquecimento. Em seguida, os pares se formam e seguem ao ritmo do forró. “Gosto de dançar tudo, mas forró e bolero são os melhores”, afirma.
Ela tem síndrome de Down e frequenta as aulas de dança há dois anos. “A Ana Graziela gosta muito de dançar e acompanha o grupo desde a primeira aula”, conta a mãe, Maria Dal Lago Rodrigues. Segundo ela, o crescimento da filha é notado e incentivado sempre. “A participação dela foi muito importante para a família, principalmente pelo contato com novas pessoas e criação de vínculos de amizade”, destaca.
De acordo com a professora de dança Lisiane Mazetto, que coordena o projeto com o apoio da AIDD, o trabalho da dança de salão com adolescentes e adultos com Down tem como objetivo a socialização. “A dança atua como um estímulo para quem tem a síndrome, pois promove o desenvolvimento da coordenação motora, espacial e da comunicação”. Segundo Lisiane, o diferencial é a participação de pessoas sem a síndrome nas aulas, como familiares e outros alunos. “A integração é a palavra principal. Apresentações como a deste último final de semana é mais um estímulo para todos”.
Uma conversa amiga
Quando os pais perguntam, a AIDD responde. De acordo com a coordenadora Maria Gabriela Gomes, a Associação promove o desenvolvimento integral da pessoa com Down, facilitando sua inclusão na sociedade. “A família é a principal fonte de inclusão social e é essencial o acolhimento e apoio desde o momento da chegada de uma criança”, explica. Confira as principais dúvidas que surgem a partir de conversas com os pais que frequentam a Associação.
O que é a síndrome de Down? É uma alteração genética que ocorre no cromossomo 21 no período de formação do bebê.
Os pais têm alguma responsabilidade sobre esta alteração? Não. O que se sabe é que quando já existe um membro na família, a chance de outra criança nascer com a síndrome é maior, porém existem muitas informações equivocadas sobre o assunto, como ingerir determinadas medicações durante a gestação provocaria a síndrome, viver um impacto emocional neste período levaria a alterações genéticas.
Como vai ser o desenvolvimento do meu filho? A criança que tem síndrome de Down pode ter um desenvolvimento muito próximo da normalidade, desde que receba, precocemente, estímulos motores, de linguagem, cognitivos, auditivos e visuais adequados. Para que estes estímulos sejam efetivos, é necessário que haja um envolvimento afetivo da família e dos profissionais.
Onde posso encontrar este tipo de estímulo? Do nascimento até completar dois anos, a criança é atendida no Centro de Referência Materno-Infantil. A partir dos dois anos, a Associação oferece, gratuitamente, atendimentos especializados com fonoaudiólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, pedagogo, psicólogo e educador físico. Oferece ainda oficina de dança e oficina de desenho e pintura, sendo que esta é uma parceria com a Fundação Casa das Artes.
Como busco informações quando eu tiver dúvidas sobre o que fazer? Todos os pais são convidados a participar do grupo de convivência familiar que acontece na sede da AIDD. Esse grupo foi criado em 2008 e tem por objetivo reunir as famílias de pessoas com Down para promover a troca de experiências e para oferecer informações acerca do desenvolvimento das capacidades do Down através de palestras com profissionais.
Fonte: AIDD
Reportagem: Josiane Ribeiro
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