A temporada 2015 já entrou para a história do Bento Vôlei/Isabela pelo acesso à elite nacional. O clube tem a chance, no entanto, de coroborrar ainda mais a história neste sábado, dia 4, a partir das 20h, no Ginásio Municipal, diante do Sada Cruzeiro. Duelo vale a consagração da equipe com uma campanha perfeita.
Independente do resultado da final da Superliga B, o objetivo já foi alcançado, mas ainda falta a cereja no bolo. Em caso de triunfo sobre os mineiros, o Bento coroará a campanha do acesso com uma jornada primorosa – 12 vitórias em 12 jogos – que, imagina-se, dificilmente seria superada tão cedo em outra competição. “É um jogo tão importante quanto o do acesso. Acho que agora é muito mais uma questão pessoal, de ambição de cada atleta em conquistar um título nacional. Pode ser a conquista de maior importância do Bento Vôlei e a possibilidade de disputar um título é sempre motivadora, está no sangue de cada atleta. A gente tem que comemorar a vaga sim, porque era um dos objetivos, mas agora temos a possibilidade de encerrar a temporada com chave de ouro”, ressalta o ponteiro e capitão, Dentinho.
Outra motivação é a oportunidade de endossar a simbiose com a comunidade a partir da comemoração de um título em casa. A única vez em que isso ocorreu foi há mais de 10 anos, com a conquista da Supercopa Mercosul, em 2004, obtida por um time que tinha, entre outros nomes que deixaram saudades, o ponteiro Badá e o multicampeão técnico Cebola. Dois integrantes do grupo atual também estavam no plantel de 2004 e têm a chance de marcar ainda mais o nome na história do voleibol bento-gonçalvense ao voltar a erguer uma taça no Ginásio Municipal: o hoje treinador e na época líbero, Fernando Rabelo, e o levantador Rodrigo Rivoli. “Desde o começo da temporada eu venho pensando nisso, porque o nosso objetivo sempre foi conquistar a Superliga B. Com certeza esse fator também está servindo muito de motivação. Eu seria o único jogador a estar presente nas duas conquistas e isso é muito legal”, frisa o levantador.
Ainda que ninguém mais tire a vaga do Bento à elite e que a Superliga B seja apenas um degrau intermediário dentro de um projeto que ambiciona conquistas muito maiores, portanto, tudo indica que o Cruzeiro vai encarar um time sedento e disposto a dar o sangue para não decepcionar os mais de três mil torcedores que novamente devem lotar o ginásio. A motivação e determinação indicadas por Dentinho, Rivoli e companhia durante a semana é compreensível. Afinal, se algo pode ser mais memorável do que ser campeão representando uma cidade apaixonada por voleivol, é ser campeão de forma invicta, dentro de casa e com o ginásio lotado. “Em qualquer campeonato, de qualquer esporte, é muito difícil ser campeão invicto. A Superliga B é uma competição importante, todos sabem que ser campeão sem perder uma partida não é fácil, e com certeza, se acontecer, marcará ainda mais todos nós na história”, salienta o levantador.
Expectativa, mais uma vez, de casa cheia
Além do invicto Bento Vôlei, o Cruzeiro também terá que enfrentar, neste sábado, um ginásio tomado de torcedores. A expectativa, mais uma vez, é de casa cheia, assim como foi contra o Foz do Iguaçu, quando cerca de 3.500 pessoas se espremeram no Ginásio Municipal. Muitas delas, devido à fila que se estendeu até a Avenida Presidente Costa e Silva, acabaram entrando no ginásio com a partida em andamento. Dessa vez, para evitar o mesmo congestionamento nas bilheterias, o clube abriu a venda de ingressos antecipados na última quarta e quinta-feira, dias 1 e 2. Neste sábado, as bilheterias abrirão às 18h, duas horas antes da decisão. Os ingressos custam R$ 10. Pessoas com 60 anos ou mais, bem como crianças de até 12 anos e alunos das categorias de base e do projeto social uniformizados, terão entrada franca.
Mineiros deram trabalho na primeira
O Sada Cruzeiro, como outros seis clubes, foi uma das vítimas do arrasador Bento Vôlei na primeira fase da Superliga B, contudo, também foi um dos que mais deu trabalho. Recheado de jovens jogadores, apostas das categorias de base do principal clube do Brasil atualmente, o time mineiro resistiu até o tiebreak, quando a experiência do Bento prevaleceu e garantiu a vitória aos comandados do técnico Fernando Rabelo por 3 sets a 2, em partida disputada no Ginásio Municipal.
Assim como naquela ocasião, Rabelo novamente deverá ter força máxima para este sábado. A única dúvida é o líbero Daniel, que devido a uma lesão no joelho, deu lugar ao improvisado ponteiro Zóio nas últimas duas partidas. A expectativa, no entanto, é que o jogador esteja 100% recuperado para a decisão. Se depender da vontade, ao menos, Daniel estará em quadra. Ao final da partida contra o Foz do Iguaçu, no último sábado, o vibrante líbero do Bento chegou a dizer que “jogaria nem que fosse de muletas”. O restante do time titular deve ser formado por Dentinho, Tuba, Zé Ricardo, Rivoli, Giovanni e Reffatti.
A final da Superliga B pode ser especialmente marcante para o capitão Dentinho, 37 anos, que avalia a possibilidade de deixar as quadras e passar a dedicar-se apenas como dirigente na próxima temporada. Segundo ele, a decisão será tomada após a competição.
Reportagem: João Paulo Mileski
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