Ainda sem verbas, recicladora deve fechar

A recicladora de vidros J.S.A. está prestes a fechar as portas. Com cerca de R$ 10 mil de dívidas, a sociedade deve se desfazer caso recursos oriundos do Poder Executivo não cheguem. A preocupação acerca do encerramento das atividades – e dos consequentes prejuízos ao meio ambiente em função de não haver outro local destinado a esse fim na cidade – foi noticiada pelo SERRANOSSA em junho do ano passado. A entidade contava com três sócios, número que precisou aumentar para que eles pudessem receber verbas públicas. Das sete pessoas que passaram a integrar a associação, duas já desistiram em função do pouco retorno financeiro. A J.S.A. é a responsável por reciclar de 45 a 60 toneladas de vidros por mês. 

O presidente, Jocemar Pereira, está preocupado com a situação, pois as dívidas estão acumulando juros e, sem auxílio, a situação não poderá ser mantida por muito tempo. “Atualmente os lucros (salários) variam de R$ 600 a R$ 700 por mês para cada associado. Até outubro recebíamos uma cesta básica e frutas, o que ajudava muito no orçamento das famílias, mas isso foi cortado”, aponta Pereira. Apenas as despesas essenciais, como aluguel e combustível, estão sendo pagas.

Gastos mensais

Todos os meses, a recicladora possui despesas altas. Além do aluguel do prédio de 1,5 mil metros quadrados, há o custo do transporte dos materiais. O valor do combustível é alto: cerca de R$ 1,3 mil mensais são gastos com óleo diesel. A entidade ainda precisa efetuar o pagamento de R$ 400 para o proprietário do caminhão utilizado para que ele possa fazer a manutenção do veículo.

Algumas cantinas doam vidros para a J.S.A., o resto do material precisa ser comprado e transportado pela associação. “Adquirimos vidros de outras recicladoras. Diante da nossa situação, parte delas está sendo compreensiva e doando o material. Outras ainda estão cobrando, mas assim que estivermos melhor financeiramente, todas devem receber”, salienta Pereira.

Iniciativa privada

De acordo com o presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), Gilnei Rigotto, uma das questões que surgiram em relação à J.S.A. é o fato de a empresa trabalhar apenas com um tipo de material, o que poderia caracterizá-la como iniciativa privada, não tendo, portanto, direito a verbas. “Não há como fazer logística só para vidros. A prefeitura os recebe junto com outros materiais recicláveis”, aponta Rigotto.

Entretanto, ele garante que essa questão será discutida em reunião do Conselho, no mês de março. O presidente considera alto o valor solicitado pela recicladora. “Eles pediram R$ 74.520 anuais, sendo que a média de valores que estavam sendo repassados às recicladoras era de R$ 48 mil”, diz. Para Rigotto, caso a J.S.A. feche, os vidros devem ser absorvidos pelas outras associações.

Reportagem: Elisa Rossi Kemmer


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