Alan Carini: dois anos de saudade

Às vésperas do acidente que vitimou Alan Carini, de 20 anos, completar dois anos, os pais Jacir e Lourdes ainda não conseguiram superar a morte precoce do único filho e buscam justiça para amenizar a dor que sentem.

A visita dos amigos do filho é o que tem ajudado o casal a seguir a vida. “Depois da morte do Alan, tudo desmoronou. O que mais dói é a saudade que sentimos. Faz poucos meses que consegui parar de chorar dia e noite”, conta Lourdes. A decisão de lutar por justiça foi tomada na última recaída, quando Lourdes entrou em um profundo estado depressivo. “Foi o Alan quem me deu forças para levantar a cabeça e cumprir minha missão, para que a morte dele não passe em branco e que o culpado pague pelo que ele fez à nossa família. Se não for pela nossa Justiça, que seja pela divina”, enfatiza a mãe. 

Ela conta que o marido não consegue superar a perda do filho e não aceita que o autor do atropelamento não tenha ao menos procurado a família para conversar. “Tinha uma revolta muito grande dentro de mim, mas vi que devo deixar tudo nas mãos de Deus e aos poucos aprendi a lidar melhor com a dor. O Jacir ainda não superou e não está conseguindo conviver direito com isso”, descreve. 

Lourdes diz que ainda não teve coragem de desfazer o quarto do filho. “Doei algumas roupas para pessoas que precisavam, mas parte das coisas ainda está no quarto, guardada como ele deixou”, conta. 

Processo

O processo judicial referente ao atropelamento do jovem está na fase de pronúncia, momento no qual o juiz decide se o caso será julgado ou não por um júri popular. A acusação contra o atropelador será feita pelo promotor do Ministério Público, Sávio Vaz Fagundes. O réu está sendo acusado de homicídio doloso (quando se assume o risco de produzir o resultado) e lesão corporal gravíssima (referente ao amigo de Alan, que teve o braço fraturado). Conforme o Código Penal Brasileiro, a pena para homicídio doloso varia de seis a 20 anos de reclusão e para lesão corporal gravíssima, de dois a oito anos.

O caso 

Alan e outros dois amigos foram atropelados por um automóvel Vectra na madrugada do dia 2 de outubro de 2010, na avenida Planalto. Segundo o processo, o condutor estava embriagado e dirigia na contramão. O teste de etilômetro apontou 0,54 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões e foi realizado logo após o atropelamento. O acusado chegou a ser preso em flagrante e permaneceu no Presídio Estadual de Bento Gonçalves por alguns dias, mas foi solto e responde ao processo em liberdade. Ele está com o direito de dirigir suspenso desde outubro de 2011.

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