Alcindo Gabrielli deve deixar o PMDB

O ex-prefeito Alcindo Gabrielli pode, nos próximos dias, deixar o PMDB, partido pelo qual governou Bento Gonçalves entre os anos de 2005 e 2008, e ao qual está filiado há mais de duas décadas. Oficialmente, Gabrielli confirma a intenção de se afastar do partido, alegando razões pessoais e familiares. “Não são motivações de ordem política. Posso até discordar de algumas questões internas, mas elas não são o motivo do meu pedido para sair”, garante.

Nos bastidores, entretanto, circula a informação de que ele estaria descontente com a atual participação do partido na formatação do governo. Hoje, o PMDB está à frente de quatro secretarias no Executivo, enquanto o PP lidera oito pastas. A vitória de Guilherme Pasin (PP) nas urnas foi atribuída, entre outros fatores, à coligação entre os dois partidos, já que se o PMDB lançasse candidato próprio, as chances de dividir votos eram grandes e a reeleição de Roberto Lunelli (PT) estaria mais próxima.

Presidente da sigla em Bento Gonçalves, Luiz Alberto Maioli garante que o assunto já foi abordado entre os dois, mas que ainda não há nenhuma definição. “Ele comentou isso comigo, mas não está nada certo. Vamos voltar a falar sobre o assunto”, resume Maioli.

“Desgaste”

O secretário de Governo, Cesar Gabardo, que é do PMDB, garante que o pedido de saída seria, principalmente, pelo “desgaste” em função da condenação de Gabrielli pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que exige o pagamento de R$ 593,9 mil aos cofres públicos (veja abaixo). Mesmo assim, Gabardo afirma que a sigla ainda tentará convencê-lo a mudar de ideia. “Encaramos esse pedido com preocupação. Ele tem seus méritos, é uma liderança dentro do partido”, destaca o secretário. 

Por outro lado, o PMDB também deve manter as negociações internas para assumir postos de mais relevância no governo municipal. “O partido teve um papel muito importante na eleição, e também tem agora na administração. E um papel importante exige cargos importantes, não somos meros coadjuvantes”, conclui.

A condenação

Em agosto de 2012, o TCE determinou que o ex-prefeito pagasse R$ 593,9 mil aos cofres públicos, por supostas irregularidades relativas ao ano de 2007. O maior valor, de R$ 308.153,02, diz respeito à superavaliação de valores na licitação para a contratação de empresa de transporte e destinação final de lixo da cidade. Gabrielli recorreu e o processo segue em trâmite no Tribunal de Contas.

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