Alerta para estiagem em Bento Gonçalves
Os níveis de chuva muito abaixo da média acenderam o alerta na região: há risco de estiagem no verão. Por isso, é importante que se evite o gasto desnecessário de água em residências e empresas já a partir de agora.
A luz vermelha acendeu ainda em novembro, quando choveu apenas 17,1 milímetros em Bento Gonçalves, oito vezes menos do que a média histórica para o período (140 milímetros). Segundo a Estação Metereológica da Embrapa Uva e Vinho, não chovia tão pouco em novembro desde 1985. Para se ter uma ideia da falta de chuva, no mesmo mês, em 2009, Bento registrou 359,5 milímetros de precipitação. O volume de chuvas vem ficando abaixo do normal desde setembro. Nos últimos quatro meses – dados computados até o dia 20 de dezembro – choveu 221 milímetros, quase três vezes menos do que a média histórica para o período. A pouca incidência também se repete em dezembro. Entre os dias 1º e 20 choveu apenas 41,5 milímetros. Até o final do mês o volume normal seria de 144 milímetros.
Segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), os níveis dos mananciais de água bruta que abastecem Bento Gonçalves estão sendo monitorados diariamente para que a população tome conhecimento com antecedência, caso haja necessidade de racionamento. A situação mais preocupante até o momento é a da barragem de São Miguel, principal fonte do município, que até a última semana estava 1,20 metro abaixo do nível normal. “Nesse nível o racionamento ainda está descartado, porém é necessário um rigoroso monitoramento diário e a colaboração de todos para o uso ponderado da água”, alerta o gerente da unidade da Corsan em Bento Gonçalves, Claudio Ferreto.
Em Bento a população consome, por dia, entre 30 e 32 milhões de litros de água. Em Bento Gonçalves a população consome, por dia, entre 30 e 32 milhões de litros de água. No verão o consumo aumenta em quatro milhões de litros diariamente. Em Caxias, segundo a Samae, a produção de água em dezembro tem tido a média diária de 110,02 milhões de litros. O consumo nesta época é de 5% a 10% maior que no resto do ano, dependendo do dia da semana e da temperatura. Sábado o dia de maior consumo.
Caxias do Sul: Racionamento descartado por enquanto
Segundo o diretor da Divisão de Água do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Paulo Boff, ainda não é real a possibilidade de desabastecimento no município. O consumo de água cresceu nas últimas semanas e o nível das barragens vem diminuindo, mas em um ritmo que leva o Samae a concluir que o verão será vencido sem racionamento. “A princípio, a gente não acredita em falta de água, a menos que se prolongue essa estiagem. É pouca a chuva que tem caído, mas sempre ajuda.”
Na última terça-feira, dia 20, a Represa do Faxinal, principal fonte de abastecimento da cidade, estava 1,48 metro abaixo do nível normal. Já a Represa da Maestra apresentava 2,13 metros abaixo do nível. A Represa Dal Bó contabilizava 1,68 metro inferior ao normal e a Samuara estava cheia, de acordo com informações do Samae. “Em 2006, no nosso pior período, quando a prefeitura teve que decretar o uso racionado da água, a Maestra estava com -7,7 metros, Faxinal tinha -4,7 e Dal Bó tinha -3,68. Em dezembro o nível da Maestra está reduzindo 3,73 centímetros por dia e a da Represa do Faxinal está caindo 3,57 centímetros a cada 24 horas. Seria preciso três meses nesse ritmo para elas chegarem aos mesmos níveis de 2006”, calcula Boff.
No início do mês, o prefeito José Ivo Sartori pediu ao Samae uma avaliação sobre a necessidade de decretar racionamento de água durante o verão, a exemplo de outros municípios gaúchos. O relatório já foi concluído e encaminhado à prefeitura, mas ainda não tem data para ser divulgado. O SERRANOSSA pediu acesso ao estudo, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.
Eduardo Kopp e Greice Scotton
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