Alimentação x estudos
Quem busca um lugar nos bancos universitários sabe que é preciso intensificar a rotina de estudos para garantir a aprovação no vestibular. Quem já ingressou no ensino superior, por sua vez, sabe que é preciso concentração, disciplina e atenção para conseguir finalizar com êxito o trabalho de conclusão de curso. Neste contexto, uma alimentação inadequada pode colocar todo o esforço a perder. “O consumo de gorduras, pode deixar a pessoa mais lenta, mais desconcentrada e com menor disposição para os estudos”, alerta a nutricionista Caroline Sangalli.
Muitos, devido à correria do dia a dia, acabam optando por estudar e fazer trabalhos à noite e para ficarem acordados ingerem muitas e muitas xícaras de café. Será que este é um hábito prejudicial? A nutricionista explica que em dose moderada (três a quatro xícaras pequenas de café por dia), os efeitos da cafeína no organismo são poucos, provocando apenas um estado de alerta. “Entretanto, em pessoas sensíveis, como é o caso também das crianças, e em fortes doses, o café pode desencadear medo, angústia, hiperatividade, diarreia, problemas cardíacos e/ou dores de cabeça”, esclarece.
Além disso, o consumo noturno deve ser evitado para que não prejudique o sono. “O momento do sono é de extrema importância. Se a dose de café for alta, pode inclusive prejudicar todo o funcionamento do organismo”, alerta. É por isso que dificilmente se tem uma boa noite de sono após a ingestão de cafeína. Entretanto, Caroline deixa claro que a tolerância da ingestão é muito pessoal, de forma que algumas pessoas são mais sensíveis que outras com as mesmas doses de café.
Outro ponto destacado por ela é que, além do café, deve-se evitar a ingestão de energéticos e refrigerantes a base de cola. “Por serem alimentos ricos em açúcar, podem piorar a ansiedade”, observa. Tanto café quanto energéticos e refrigerantes podem contribuir para o aparecimento da gastrite, comum entre os estudantes.
Mas então, o que os estudantes podem ingerir para prolongar o tempo de estudo sem prejudicar o organismo? “Pode-se usar chá verde, que possui uma quantidade de cafeína suficiente, porém mais baixa que o café, os energéticos e os refrigerantes”, aconselha. No momento do estudo vale investir em água, e deixar de lado o chocolate, pois pode também agravar a ansiedade.
Uma alimentação mais saudável, ensina a nutricionista, já é responsável pelo bem estar e gera maior disposição para ficar acordado e estudar. De acordo com ela, deve-se ter o cuidado de não permanecer muitas horas sem se alimentar em função dos estudos ou exagerar na ingestão devido à ansiedade.
Uma alimentação que inclua gorduras saudáveis é capaz de melhorar a disposição e o desempenho pessoal nos estudos. A nutricionista aconselha uma dieta rica em carboidratos integrais (produtos de farinha integral como pão, arroz e massa integral), frutas, verduras, proteínas magras (principalmente as carnes) e oleaginosas (nozes, castanhas). Por outro lado, alimentos ricos em gordura, como pizzas e churrasco, provocam sonolência e lentidão.
Alimentos para potencializar rendimento, concentração e memória
* Frutas como kiwi, morango, pêssego e uva possuem uma substância que auxilia o funcionamento cerebral contribuindo para a memória;
* Frutas vermelhas, fontes de flavonóides, são protetoras dos neurônios, auxiliando na memória;
* Peixes, além de serem fonte de ômega 3, ácido graxo anti-inflamatório, contêm zinco e selênio, nutrientes fundamentais para evitar o cansaço e estimular o cérebro;
* Alguns peixes, especialmente atum, bacalhau e arenque, fornecem creatina, substância que atua na melhora da memória;
* A creatina, também encontrada em carne bovina, suína e, em menor quantidade no leite. Pode melhorar o desempenho dos estudantes;
* Ovos são uma grande fonte de colina, nutriente também encontrado na lecitina de soja e no fígado e que é fundamental para a memória.
Carina Furlanetto