Álvaro Becker: 35 anos de dedicação à segurança

Apaixonado pela segurança desde a infância, Álvaro Luiz Pacheco Becker não pensou duas vezes ao escolher sua profissão aos 21 anos. Prestou concurso para inspetor da Polícia Civil e foi aprovado. O ano era 1977 e o sonho de se tornar um delegado começava a ser alimentado. Natural de São Leopoldo, ele atuou em várias delegacias da região e, desde 2005 está à frente da 2ª Delegacia de Polícia de Bento Gonçalves. Na última quarta-feira, dia 30, recebeu o título de cidadão de Bento Gonçalves em sessão solene na Câmara de Vereadores, uma forma de reconhecimento pelos serviços prestados.

Em seus 35 anos de atuação junto a Polícia Civil, Becker conta que são muitas as lembranças que ainda guarda na memória, tanto do período em que atuou como inspetor como após se tornar delegado de polícia. Mas ele nunca esquece de todas as etapas pelas quais passou até chegar à função de delegado. “Ingressei na Escola de Polícia no ano de 1977. Após, formado, em janeiro de 1978, passei a trabalhar como inspetor na Delegacia de Garibaldi. Seis anos depois, solicitei transferência para Bento Gonçalves, onde permaneci até 1998. No mesmo ano, prestei concurso para delegado e passei”, relata. Buscando alcançar o sonho de se tornar um chefe de delegacia, cursou a faculdade de Direito e chegou a prestar concursos públicos para o cargo, em outros Estados, para adquirir experiência. Mas sua vontade sempre foi atuar em Bento Gonçalves, onde residia com a esposa Ana Meri Pagot e os filhos Allam e Gustavo Pagot Becker. 

Em novembro de 1999, foi nomeado delegado de polícia. Inicialmente, atuou na cidade de Dom Pedrito, depois em Farroupilha, Flores da Cunha e Caxias do Sul, retornando a Bento Gonçalves somente no ano de 2005, quando passou a ser o delegado titular da 2ª DP. “Sempre gostei da função e até nas brincadeiras de infância, sempre queria ser o policial. Nasci para isso”, garante. Ele conta que a escolha não foi por influência já que nenhum familiar atua na área, mas por admirar a profissão. 

Momentos marcantes

Apesar de já ter atuado em inúmeros casos, Álvaro lembra de alguns com nostalgia. “Ainda quando era inspetor, participei da investigação de um caso de homicídio, onde um empresário de Bento Gonçalves foi assassinado e a mulher dele ficou ferida durante um suposto assalto. Com as investigações, chegamos à autoria do crime. A própria esposa da vítima, auxiliada por outras duas mulheres foram as autoras do assassinato”, relembra. Outro fato que ele afirma ter marcado sua carreira foi a descoberta de uma fraude em uma importante vinícola da cidade. “Após as investigações, houve uma revolução na cooperativa e que acabou transformando a empresa, tornando-a uma das mais conceituadas no ramo”, detalha.

Como delegado, pelo menos quatro casos o marcaram. A investigação que levou à elucidação de um crime de latrocínio ocorrido no bairro Botafogo, logo após ele assumir como delegado da cidade, foi uma delas. Os dois autores do fato e o mandante foram presos após a investigação. 

Outro caso relevante foi a identificação do acusado de ter atropelado e matado três irmãos em um acidente de trânsito em 2009 e duas operações de repercussão nacional: a “Deus tá vendo” – deflagrada em cinco Estados brasileiros em julho do ano passado e que resultou em pelo menos seis pessoas presas – e a “Água limpa” – denúncia de tentativa de suborno de um funcionário da prefeitura de Monte Belo do Sul por parte de representantes de empresas para tratamento de água. Posteriormente foi descoberto que o esquema fraudulento envolvia pelo menos 13 prefeituras gaúchas e teria movimentado mais de R$ 4,5 milhões. 

Carreira

Nesses anos atuando na delegacia, Becker diz que o que mais gosta é de atender aos anseios de quem o procura. “É uma profissão de muito desgaste, que nem sempre agrada a todos. São raras as pessoas satisfeitas. Exige muita dedicação, paciência e tato. Cada caso é um mistério. Temos que juntar as peças, muitas vezes sem pistas, para chegar à identificação do autor do fato”, relata. Ele ainda acrescenta que “não podemos achar que somos os donos da verdade, muitas vezes temos que dar um passo atrás e retomar as investigações, por vezes, refazendo todo o trabalho. Para ser policial é preciso vocação, não basta fazer o curso. Tem que nascer para isso”, alega.

Ao saber que receberia o título, Becker sentiu-se lisonjeado, principalmente pelo fato de ser o primeiro delegado de polícia a  ser reconhecido com o título na cidade. “É uma homenagem que tenho que dividir com todos que me antecederam e com os que já trabalharam ou atuam comigo hoje. Sozinho eu não teria feito nada”, enfatiza.

Ele ainda agradece a comunidade de Bento Gonçalves, que sempre o acolheu muito bem. “Tenho uma boa convivência com as pessoas do município, em outros locais é possível perceber que as pessoas acabam se afastando um pouco quando sabem que a pessoa trabalha na área de segurança pública. Aqui é diferente. Tenho convicção que acertei ao escolher Bento Gonçalves como minha segunda terra”, confessa.


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