Anemia pode estar relacionada à carência de nutrientes ou perda de sangue

Fonte: portal Minha Vida
(www.minhavida.com.br

Palidez, tontura e fadiga são sinais muito comuns de uma deficiência ligada ao sangue: a anemia. Mas nem sempre quem tem o problema percebe os sintomas. Anemia é o nome de uma série de condições causadas pela deficiência na produção dos glóbulos vermelhos ou na concentração da hemoglobina, um tipo de proteína que dá cor ao sangue.

Os tipos mais comuns são causados por carência de nutrientes, como o ferro e a vitamina b12, problemas genéticos e doenças, como a malária. Anemias agudas são aquelas em que há perda expressiva e acelerada de sangue. Perdas entre 10 e 20%, como a que pode acontecer em acidentes e cirurgias, causam sintomas como tonturas e desmaios.

Perdas sanguíneas acima de 20% podem provocar taquicardia, queda de pressão e palidez. Se a perda ultrapassar 30%, pode ocorrer o choque circulatório, uma condição em que o coração e os vasos não são capazes de irrigar todos os tecidos do corpo, o que leva à morte em poucos minutos. 

Os sintomas de uma anemia crônica incluem palidez, cansaço, sonolência, falta de memória, falta de ar e até taquicardia. O paciente também tende a diminuir esforços progressivamente, já que eles agravam os sinais do problema. Mas, por serem sinais sutis, muitas pessoas com alguns tipos de anemia nem sempre notam o problema. 

Por isso, fazer exames de sangue regularmente pode detectar o problema ainda no início. Não basta apenas detectar a anemia. O problema deve ser investigado para que as causas dela sejam descobertas. Só assim é possível estabelecer o tratamento adequado ao seu caso.

Anemia ferropriva
O tipo mais comum de anemia é a ferropriva, causada pela ingestão insuficiente ou má absorção de ferro. O déficit desse nutriente impede a formação da hemoglobina e da mioglobina, que são duas proteínas presentes no sangue e responsáveis pelo transporte de oxigênio – sendo que a mioglobina transporta oxigênio apenas para os músculos. Isso fará com que o organismo não tenha oxigênio suficiente para completar as funções vitais. 

"É necessário entender que vários nutrientes estão envolvidos na carência do ferro", conta a nutricionista Mayumi Shima. O nutrólogo Celso Cukier também explica que a anemia só é possível de ser revertida com a alimentação quando é fraca. "Caso seja uma anemia grave, a dieta deve ser completada com suplementos", diz. 

Confira os nutrientes que participam do combate a essa doença e outros que devem ser consumidos com cautela:

Em primeiro lugar: o ferro
Esse é o nutriente mais importante quando o assunto é combater a anemia ferropriva. Isso porque a sua deficiência promove uma má formação da hemoglobina e dos glóbulos vermelhos. "Na anemia ferropriva, há redução da quantidade total de ferro corporal e, dessa forma, o fornecimento de ferro para o pleno funcionamento dos glóbulos vermelhos é insuficiente", afirma a nutricionista Mayumi Shima. 

Podemos dividir esse nutriente em dois tipos: o ferro heme – que é melhor absorvido pelo organismo –, e o não heme – absorvido em menor quantidade. 
As fontes de ferro heme são carne vermelha, fígado, aves e peixes. Já os alimentos fonte de ferro não heme são verduras de folhas escuras e leguminosas.

Vitamina A é importante coadjuvante
"A deficiência dessa vitamina dificulta o transporte do ferro armazenado no fígado para o sangue, causando danos na formação dos glóbulos vermelho", afirma a nutricionista Mayumi Shima. As principais fontes de vitamina A são alimentos alaranjados ou verde-escuros e vísceras.

Ácido fólico para anemia megaloblástica
Os folatos são substâncias que participam diretamente da formação do nosso DNA – nossos genes, responsáveis por construir proteínas, como a hemoglobina e a mioglobina, essenciais para a formação dos glóbulos vermelhos e para o transporte e armazenamento do sangue. Quando não ingerimos quantidades adequadas de folatos, a síntese do DNA, e consequentemente dos glóbulos vermelhos, é danificada. 

Isso diminuirá a concentração de células sanguíneas, prejudicando o transporte de oxigênio e causando o que é chamado de anemia megaloblástica – ela não ocorre por deficiência de ferro, e sim pela dificuldade de transporte do oxigênio pelo sangue. 

Alimentos fonte de ácido fólico: folhas verde-escuras, fígado, ovos e gérmen de trigo.

Não esqueça a vitamina B12
Esse nutriente atua juntamente com os folatos. De acordo com a nutricionista Mayumi Shima, a deficiência de vitamina B12 causa danos ao metabolismo do folato e o resultado é o que lemos anteriormente – a produção de glóbulos vermelhos e o transporte de oxigênio ficam prejudicados. O nutrólogo Celso Cukier também alerta que a deficiência de vitamina B12 pode deixar as células sanguíneas mais inchadas, dificultando o transporte de oxigênio e causando a anemia megaloblástica. Pelo fato de esse nutriente ser mais amplamente encontrado em vísceras, carnes, ovos, leite e derivados, a anemia megaloblástica é muito comum em veganos e vegetarianos. Nesses casos, a suplementação é necessária.

Vitamina C, uma amiga do ferro
A deficiência deste nutriente não causa diretamente uma anemia. O que a vitamina C faz é auxiliar a absorção e mobilização do ferro armazenado. Um exemplo dessa ação é quando comemos alguma fonte de ferro não heme acompanhada de alimentos ricos em vitamina C. Ao fazer isso, o ferro não heme se transforma em ferro heme, aumentando a sua absorção. 
Alimentos fonte de vitamina C: frutas e verduras em geral.

Alimentos amargos para absorver os nutrientes
A nutricionista Mayumi Shima explica que alimentos de gosto amargo, como jiló, agrião, chicória, almeirão e alcachofra, têm o poder de estimular a secreção de enzimas digestivas. Isso facilita a absorção do ferro, do ácido fólico e das vitaminas do complexo B, contribuindo, assim, para o não aparecimento ou combate da anemia.

Cobre e zinco
"A deficiência de cobre em nosso organismo vai interferir na formação da hemoglobina, o que pode levar a uma anemia", conta o nutrólogo Celso Cukier.  Já o zinco, presente em farelo de aveia, feijão, leite e arroz integrais, peito de frango e carne vermelha, quando ingerido em excesso vai impedir a absorção do cobre, causando os mesmos efeitos da deficiência.

Fontes de cobre: ostras, lulas, siris, amendoim, nozes, amêndoas, sementes de girassol, passas, feijão, grãos-de-bico e lentilhas.

Você já tem anemia? Evite esses excessos
Cálcio: o ideal é, durante o período de anemia, evitar consumo excessivo de leite, queijo, iogurte, entre outras fontes de cálcio, na mesma refeição rica em ferro. Isso porque ingerir cerca de 300mg (a recomendação diária é de 1000mg) de cálcio acompanhado de uma fonte de ferro não heme pode diminuir a absorção deste em 50% a 60%.

Fibras, taninos e fitatos: o consumo em maior quantidade de fibras pode diminuir a absorção do ferro. Já os taninos e fitatos são compostos químicos que se combinam ao ferro, tornando-o insolúvel, impedindo sua absorção. Evite o consumo excessivo de fibras – como pães e massas integrais –, café, chá preto ou chá mate na mesma refeição rica em ferro.