Animais na mudança

 

A decisão de permitir ou proibir a presença de animais no Residencial Novo Futuro, inaugurado oficialmente no último domingo em Bento Gonçalves, ainda não foi tomada. Entretanto, como forma de evitar possível abandono em massa dos animais, a Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social (Semhas) vai orientar as famílias para que levem consigo os animais durante a mudança. O acordo foi firmado esta semana durante reunião do Departamento de Habitação da Semhas com o Ministério Público (MP) e associações de proteção aos animais. A obra foi inaugurada no último final de semana no bairro Ouro Verde e integra o projeto Minha Casa, Minha Vida.

 

A reunião também contou com a participação do síndico do Novo Futuro, Noemir Leitão, eleito provisoriamente. Segundo ele, o que deve prevalecer é o bom senso. Durante o encontro ficou clara a falta de planejamento da Semhas. O promotor que acompanha o caso, Élcio Resmini Meneses, esboçou sua preocupação ao saber que as regras do condomínio só seriam definidas dentro de 90 dias e que as 420 mudanças deveriam estar finalizadas dentro de 30 dias. “Se nenhuma orientação for dada para as famílias, prevejo que muitas irão abandonar os animais antes mesmo de irem morar no residencial. Muitos não vão querer correr o risco de se mudar com o seu bichinho e depois descobrir que ele não será aceito”, comenta.

 

Levantamento

Na última semana, quando foram conhecidas as 420 famílias contempladas com as chaves do residencial, a Semhas fez um levantamento sobre os animais de estimação dos futuros moradores do residencial. A análise apontou que 127 famílias possuem bichos, totalizando 169 animais. São 101 cachorros e 33 gatos. Há o caso ainda de famílias que possuem pássaros, peixes, tartarugas, hamsters e pato.  Apenas 25 famílias não foram entrevistadas.

Durante a reunião, a equipe que realiza o trabalho de assistência social comentou que há pessoas que não poderiam ficar longe dos animais de estimação, como o caso de uma menina com problemas neurológicos e que tem orientação médica para permanecer com seu cachorro. O diretor do Departamento de Habitação da Semhas, Volmir Dall’Agnol se redimiu, depois da polêmica declaração dada ao SERRANOSSA, em 14 de outubro, quando afirmou que a Secretaria estaria preocupada com humanos e não com animais. Para ele, a melhor opção no momento seria permitir a posse dos animais. Entretanto, a decisão final não terá interferência da Secretaria e caberá exclusivamente aos condôminos. 

Das 127 famílias com animais de estimação, apenas 39 não pretendem levar os pets para o novo lar. Destas, apenas duas não sabem qual destino dar ao bicho, as demais pretendem doar, vender ou deixar com familiares, amigos ou vizinhos. O promotor Élcio Resmini Meneses alerta para uma possível estatística mascarada.

Com base no levantamento feito pela Semhas, as voluntárias da Apabg pretendem entrar em contato com as famílias que possuem animais para orientá-las sobre a melhor forma de proceder. A entidade deixa claro que vai apenas passar orientações e que não pode se responsabilizar pela busca de um lar para os animais que não irão junto com as famílias na mudança. Segundo as voluntárias da Associação Protetora dos Animais de Bento Gonçalves (Apabg) presente no encontro com o MP, há animais que estão na fila de adoção da entidade há mais de dois anos. Além disso, a Apabg vai elaborar um folheto com orientações sobre posse responsável de animais que será impresso pela Semhas e distribuído aos selecionados para residir no Novo Futuro.

Carina Furlanetto

 

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