Presos estão no regime fechado e exercem o trabalho externo com autorização judicial
Três pessoas privadas de liberdade da Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (PECS) estão trabalhando na reforma dos alojamentos do 5º Batalhão de Bombeiro Militar (5º BBM). As atividades envolvem troca de porcelanato, pintura e a renovação da rede elétrica. Iniciada no dia 23 de setembro, a conclusão da obra está prevista para a próxima semana.
Os presos estão no regime fechado e exercem o trabalho externo com autorização judicial e, sempre, sob escolta. A seleção dos apenados é realizada com base em uma análise completa de perfil.
De acordo com o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, o trabalho prisional é uma realidade e um projeto em constante expansão no Estado.
“Sempre que possível, e quando há interesse dos apenados, as unidades prisionais abraçam essas iniciativas, pois entendem que esta é mais uma forma de ressocialização e de levar contribuição para instituições e entidades parceiras”.
O acesso ao trabalho, aponta o superintendente da Polícia Penal, Mateus Schwartz, é um dos principais meios para a efetivação da reinserção social. “Possibilita que as pessoas privadas de liberdade deixem o sistema prisional melhores do que entraram, com capacidade de geração de renda e, consequentemente, de uma nova perspectiva de vida. Além do caráter social, iniciativas como essas também têm reflexo positivo na segurança, com a redução dos índices de reincidência criminal”, ressalta.
Os apenados responsáveis pelo serviço já participaram de outros projetos, como a reforma do módulo da Brigada Militar no Parque dos Macaquinhos e o reparo do telhado do módulo da Brigada no Parque Cinquentenário. Também contribuíram com a limpeza de prédios públicos afetados pelas enchentes que atingiram o município e outras cidades do Vale do Taquari.
João*, um dos selecionados para atuar na reforma, aprendeu no sistema prisional o ofício de pedreiro e pretende seguir a atividade quando estiver em liberdade.
“Aprender uma nova profissão é muito importante para que a sociedade olhe para as pessoas privadas de liberdade de outra forma, e o apoio da direção do presídio faz toda diferença”, disse.
Para a diretora da PECS, Ariane Burmann, a inclusão dos apenados nesse tipo de trabalho é importante. “A gente busca essas parcerias entre as entidades do município, justamente, para que possam ter a oportunidade de adquirir mais conhecimento e fazer com que eles sejam inseridos na comunidade”.
*nome fictício para preservar a identidade do apenado
Fonte: Polícia Penal