Apoios no 2º turno: Lula ganha PDT de Ciro, Bolsonaro agrega Sérgio Moro
Lula e Bolsonaro estão em busca dos apoios necessários para vencerem no segundo turno das eleições, que acontecem em 30 de outubro
Nem dois dias após o final do primeiro turno das Eleições 2022 e os apoios aos candidatos presidenciáveis já estão ganhando forma. Na tarde desta terça-feira, 04/10, o PDT, partido que teve Ciro Gomes como candidato e que ficou em quarto lugar no pleito de domingo, 02/10, declarou apoio unânime ao ex-presidente Lula (PT) no segundo turno. No outro lado, o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), eleito senador pelo Paraná, escolheu apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo após as polêmicas da sua saída do Ministério da Justiça, em 2020.
Do lado Lula
No caso do PDT, segundo o presidente nacional Carlos Lupi, o partido se reuniu e decidiu que não haveria outra escolha além do ex-presidente. “Uma hora e meia de reunião com toda a Executiva Nacional do partido, mais os presidentes estaduais, os presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores. E tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula”, afirmou em coletiva.
Ciro Gomes também se manifestou, mas de forma discreta. Via vídeo publicado nas redes sociais, disse que apoia a decisão do partido, mas lamenta que essa seja a opção viável. Veja abaixo:
O partido Cidadania, presido por Roberto Freire, também declarou apoio a Lula. “O Cidadania decidiu, em reunião da Executiva Nacional, realizada nesta terça-feira (4), pelo apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, à Presidência da República diante dos riscos de escalada autoritária de um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro. O partido avalia que Bolsonaro representa valores contrários aos seus princípios democráticos e republicanos, ao respeito às diferenças e aos direitos humanos, à defesa da ciência e da vida”, diz a nota publicada nas redes sociais.
Agora, Lula vai em busca de Simone Tebet, do MDB, que ficou em terceiro no primeiro turno e que fez mais de 4,9 milhões de votos.
Do lado Bolsonaro
O presidente Bolsonaro, que teve mais de 43% dos votos no último domingo, também está em busca de agregar eleitores. Na manhã desta terça, recebeu, publicamente, o apoio do ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). O agora senador saiu do governo Bolsonaro em 2020 após diversas modificações na Polícia Federal por parte de Bolsonaro e por, de certa forma, “podar” o trabalho do ministro.
Também nesta terça, Bolsonaro comentou sobre a relação com Moro. “Olha só, todos nós evoluímos. Eu mesmo errei no passado em alguns pontos, e a gente evolui para o bem do nosso Brasil. Eu não posso querer impor a minha agenda pessoal. O Cláudio Castro [governador reeleito do Rio] mesmo já interferiu em algum momento conversando como devia me reposicionar em algum momento. Então erramos, pedimos desculpas. Não temos compromisso com erro e nós vamos evoluir”, disse o presidente, ainda comentando que Moro irá fazer um bom mandato como senador.
Outro apoio veio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que foi eleito em primeiro turno. “Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado, eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário [Lula]”, afirmou Zema.
Mais um apoio partiu do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado nas urnas por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT), que seguiram para o segundo turno. O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também já declarou apoio ao presidente.
Uma incógnita ainda é o PSDB. Por anos, PT e PSDB travaram a disputa pela presidência e trocaram fortes acusações durante os anos. Porém, o partido também não é tão próximo ao presidente Bolsonaro. Um anúncio de apoio ou de neutralidade no segundo turno deve sair em breve.
Os ex-candidatos a presidência Soraya Thronicke (União) e Felipe D’Avila (Novo) ainda não anunciaram se continuarão neutros ou tomaram lados. Juntos, Thronicke e D’Avila tiveram 0,98% dos votos.