Após 16 anos no chão, galho vira obra de arte

Ele poderia ter virado lenha e aquecido as noites geladas do inverno em Pinto Bandeira ou ainda esperar um longo tempo para que a natureza o fizesse se decompor. Um grande galho de canjerana caído no bosque da Pousada e Vinícola Don Giovanni, possivelmente, teria esse destino se não tivesse em seu caminho a apaixonada por arte Beatriz Dreher Giovannini, ou, simplesmente, dona Bita. Descontente em ver no chão uma nobre peça de madeira que desabou por consequência do tempo há 16 anos, ela procurou o reconhecido talento local Mauri Menegotto para transformá-la em uma obra de arte.

Ainda não concluído, o trabalho já impressiona: os 3,20m de altura representam uma mulher desnuda, coberta apenas por um pano. “O tronco praticamente se insinuou. Quando o levantamos, vimos que tinha formato de uma mulher. Estava decidida qual seria a obra”, conta Bita. “Dei uma boa limpada e comecei a pensar de que forma poderíamos trabalhar. Cada detalhe, cada curva, foi fruto de muito estudo e cuidado”, completa Menegotto.Com a produção quase finalizada – a obra passa agora pela fase de polimento –, o escultor tem a missão de encontrar um nome que defina a trajetória desse galho. “Pensei em usar a palavra liberdade ou vitória”, comenta Menegotto. “E por que não ‘a vitória da liberdade?’”, sugere Bita. Para Menegotto, a escultura é a cultura expressada na matéria, e esta, em especial, mostra uma mulher, maior símbolo da liberdade, que se despe de preconceitos, vícios e consumos desnecessários. “Possivelmente, é a maior escultura em madeira no Rio Grande do Sul”, aposta.

Enquanto não fica pronta, Bita procura um espaço nobre em sua pousada para instalar o trabalho. “Quero dar total importância a essa escultura. Como não sabemos como ela vai agir com o tempo, precisamos de um local onde possa ser instalado um telhado e onde as pessoas possam girar em torno dela, para ver e perceber todas suas curvas e detalhes”, explica.Como se não bastasse ter virado uma grande escultura, que estará à disposição de todos para a apreciação, a história do galho de canjerana também se tornará um livro e, possivelmente, um rótulo de vinho. “Sem arte, não há vida. Por isso, quero contar toda a trajetória deste galho em um livro, bem como, com o tempo, homenageá-lo com um rótulo especial de um vinho ou espumante. Afinal, ele merece”, afirma Bita, que não cansa de admirar a obra que tanto sonhou.

O processo de finalização da escultura pode ser apreciado pelos amantes da arte. Basta ligar para o telefone (54) 9147 4070, conferir os horários que o profissional estará esculpindo e aparecer na Pousada e Vinícola Don Giovanni.

Reportagem: Raquel Konrad

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