Após Copa do Mundo, comércio contabiliza perdas

A Copa do Mundo da FIFA no Brasil foi um sucesso e repercutiu positivamente na maioria dos países. Mas, claro, nem todo mundo se deu bem com a realização do evento. Além da Seleção Brasileira, que protagonizou o maior vexame da história do futebol canarinho, o comércio de Bento Gonçalves também lamentou perdas. O expediente reduzido em dias de jogos do Brasil, combinado a dois feriados – em honra ao padroeiro de Bento Gonçalves, Santo Antônio (13 de junho) e de Corpus Christi (19 de junho) – ocasionou a diminuição do faturamento das empresas e antecipou as liquidações. A falta de frio em pleno inverno também contribuiu para a queda das vendas.

Ainda sem dados oficiais, os lojistas têm reclamado do desempenho do setor informalmente. De acordo com o presidente do Sindilojas – Regional Bento Gonçalves, Daniel Amadio, empresários se queixam do fraco movimento e das poucas vendas. Se não bastasse isso, a expectativa não é de melhora. “Não vejo perspectivas muito acentuadas de aumento nas vendas. Passou a Copa e a euforia, mas, mesmo assim, a tendência é estagnar. Acompanhamos as projeções de economistas e é quase unânime que, neste ano e até metade do ano que vem, as vendas devem permanecer em ritmo lento”, afirmou.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Bento Gonçalves, Marcos Carbone, afirma que a Copa do Mundo não trouxe os resultados desejados. “O consumidor está com um pé atrás, afinal, inflação e juros estão altos e o povo está mais endividado. Mas mantemos o otimismo e acreditamos que o segundo semestre deve ser melhor”, pondera.


Lojistas confirmam queda

Toda a expectativa em torno do comércio de televisores durante o evento também não se confirmou. O vendedor de uma loja de eletrodomésticos e eletrônicos de Bento Gonçalves, Adriano Fortunatto afirma que as vendas foram iguais às do ano passado. “Esperávamos que a saída fosse maior, até aumentamos o estoque. Mas, no fim, foi tudo normal”, comenta. Além disso, outra queda sentida pelo setor é na comercialização de aquecedores e fogões a lenha. Em relação ao ano passado, a redução foi de 15%. Fortunatto, no entanto, afirma que a venda de secadoras de roupa, principalmente no início do mês – quando choveu durante 10 dias consecutivos na região – foram muito maiores do que em anos anteriores.

Já a consultora Raquel Levinski, que trabalha em uma loja de vestuário, afirmou que vai sentir no bolso a realização da Copa do Mundo. “Vendemos pouco e, consequentemente, isso provocou a redução da nossa remuneração, afinal, dependemos de comissão. Espero que, com a liquidação, as vendas aumentem”, falou. Quem concorda com ela é a vendedora de calçados Larissa Mench. “Quem trabalha com o público sente falta dos clientes. Tem produtos, como botas femininas, que mal chegaram na loja e já entraram em liquidação”, conta.


Supermercados faturaram

Enquanto o comércio, principalmente de vestuário, lamenta as fracas vendas, os supermercados comemoram os resultados. De acordo com a Associação Gaúcha de Supermercados, as vendas durante a Copa do Mundo estiveram dentro do previsto pelo setor. Nos dias de jogos do Brasil, alguns produtos tiveram grande procura: a cerveja teve aumento de 120% nas vendas; a rapadura, 150%; os salgadinhos em geral, 200%; e os vinhos, 40%.

Reportagem: Raquel Konrad


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