Após óbitos de vacinados, secretária alerta para necessidade de manutenção de cuidados

O mês de junho começou com dois novos óbitos em decorrência da COVID-19 registrados em Bento Gonçalves. Conforme o boletim de terça-feira, 01/06, dois moradores na faixa etária dos 90 anos não resistiram às complicações da doença. Um deles, um homem, estava internado no Hospital São Lucas da PUC de Porto Alegre, não tinha comorbidades conhecidas e morreu no dia 29/05. Já a segunda vítima, uma mulher, estava internada no Hospital Tacchini, tinha comorbidades e morreu na terça, 01/06. Conforme informações da secretaria de Saúde de Bento, um dos pacientes já estava imunizado com as duas doses da vacina contra a COVID-19. Já o outro, com apenas uma das doses. 

A secretária Tatiane Fiorio revela que essa não foi a primeira vez que moradores já vacinados acabaram morrendo em decorrência da doença, tanto aqueles imunizados com a CoronaVac, quanto com a AstraZeneca. Mortes de pessoas vacinadas têm sido constatadas em diferentes partes do Brasil e do mundo. “Nós já temos o conhecimento de que esses pacientes [de mais idade] têm uma resposta imunológica mais lenta do que uma pessoa mais jovem. E essas pessoas normalmente apresentam várias comorbidades que acabam agravando a situação”, explica a secretária. 

Tatiane ainda reforça a informação de que nenhuma das vacinas utilizadas atualmente contra a COVID-19 oferecem 100% de eficácia. “A vacinação ajuda a impedir, conforme o grau de imunização, o agravamento da situação, mas elas não são 100% eficazes”, pontua. Conforme os estudos dos laboratórios fabricantes, a CoronaVac apresenta 77,96% de eficácia após as duas doses. Já a AstraZeneca possui 82,4% de eficácia e, a Pfizer, pode apresentar até 95%. Essas são as vacinas utilizadas atualmente no país.

Mesmo assim, dados referentes ao município demonstram uma redução significativa no número de óbitos em pessoas na faixa etária dos 80 aos 90 anos, a maioria já com as duas doses do imunizante. Em março, foram registradas dez mortes de moradores com cerca de 90 anos. Em abril, o número caiu para cinco e, em maio, para dois. Na faixa etária dos 80 anos, foram 15 óbitos constatados em março, cinco em abril e dois em maio. 

Diante das mortes já registradas de pessoas vacinadas, a secretária alerta: “As pessoas precisam continuar mantendo os cuidados, principalmente as pessoas pertencentes aos grupos de risco”, reforça. 

Além disso, especialistas ressaltam que a vacinação se trata de uma proteção coletiva. Ou seja, a vida somente poderá voltar ao "normal" quando grande parte da população estiver completamente vacinada e o vírus diminuir sua circulação.