Após oito anos atuando em Bento, soldado se despede do Corpo de Bombeiros

Um sorriso no rosto e o sentimento de dever cumprido. Assim se despede o soldado do Corpo de Bombeiros Militar de Bento Gonçalves, Fernando Lamberti Bissaco. Foram oito anos servindo à comunidade bento-gonçalvense, enfrentando as mais desafiadoras ocorrências e garantindo a segurança dos moradores. Na última semana, Fernando foi convocado para comparecer nesta segunda-feira, 21/12, na Academia de Polícia Militar da Trindade, em Florianópolis (SC). O então soldado atuará na segurança pública de uma forma diferente, dessa vez como Policial Militar. 


Foto: Arquivo pessoal
 

Em 2016, ao concluir a graduação em Direito, Fernando conta que decidiu crescer profissionalmente na área, focando nos estudos para iniciar a carreira como policial. “Lembro-me muito bem do dia 26 de dezembro de 2016, um dia após o Natal, quando iniciei os estudos para a prova de oficial da Polícia Militar do Distrito Federal. Para essa prova – que foi realizada em março de 2017, uma curiosidade: foi minha primeira viagem de avião, ou seja, para prestar um concurso público e não para férias ou lazer”, recorda. Ao não conseguir a vaga, Fernando afirma que a garra e o foco em seu objetivo aumentaram ainda mais. Foram dois anos de estudos – uma média de oito horas por dia. “Nesse entremeio, realizei outras provas que corroboraram para a minha evolução nos estudos, como a prova de delegado de polícia do Mato Grosso do Sul e a de oficial da Polícia Militar de Minas Gerais. Nesse último, fui aprovado em classificação compatível para a futura convocação, porém optei por não prosseguir no concurso visto que meu ideal de vida passou a ser o cargo de oficial da Polícia Militar de Santa Catarina ou oficial do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul”, comenta. 

Fernando foi aprovado em 34º lugar para oficial da Polícia Militar de Santa Catarina e 5º lugar para capitão oficial do Corpo de Bombeiros do RS. 

Agora, serão mais dois anos de formação para, propriamente, desempenhar a função de Policial Militar. “Isso significa a realização de um sonho e qualidade de vida para minha família. A troca, por exemplo, de um período de férias em família por uma viagem para prova de concurso público, agora reflete nesta convocação”, declara. “Posteriormente, espero contribuir efetivamente pelo resto da minha carreira na segurança pública da população”, continua.

Oito anos como bombeiro


Foto: arquivo pessoal
 

Aos 21 anos, Fernando já estava decidido que o seu futuro seria a serviço da sociedade. Durante o curso de formação de bombeiro militar, o então soldado foi lapidado para enfrentar as mais variadas adversidades. “Em 2012, tivemos 1.300 horas-aula de instrução para atender a comunidade em funções de prevenção, proteção e combate a incêndios, buscas e salvamentos e atividades de proteção e defesa civil, como prevê a constituição. Além disso, por ser uma profissão que atende principalmente as pessoas que estão em uma situação momentânea de vulnerabilidade, durante os serviços operacionais sempre busquei o aperfeiçoamento profissional com treinamentos”, afirma.

Hoje, aos 29 anos, Fernando afirma que a profissão lhe trouxe aprendizados que marcaram sua carreira e auxiliaram em seu crescimento pessoal. “Eu aprendi a importância dos segundos, enriqueci-me com a empatia pelas pessoas. Sempre dei meu máximo nos atendimentos para que a integridade física das pessoas fosse preservada, para que a perda do patrimônio pessoal das pessoas fosse minimizada”, afirma. “Dessa forma, a importância do bombeiro militar é reconhecida justamente por sua missão. Não à toa, a instituição do Corpo de Bombeiros é a líder em grau de confiabilidade pelos brasileiros por 11 anos consecutivos”, complementa. 

E foi com alegria e muito carinho dos colegas que Fernando se despediu, na última semana, da corporação que foi o seu segundo lar desde 2012. “Um dos momentos mais marcantes dessa trajetória foi a minha própria despedida. Realizamos atividades incomuns para a maioria da sociedade brasileira e, portanto, passa um filme na cabeça por tudo aquilo que já vivi nessa instituição atendendo a população”, finaliza.