Após projeto receber duras críticas, governo RS se encontra com defensores dos animais

A ideia era pagar R$ 450 por animal para a pessoa que adotasse um animal resgatado durante as enchentes

Após projeto receber duras críticas, governo RS se encontra com defensores dos animais
Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom

Com o objetivo de debater o projeto de incentivo à adoção de animais domésticos abrigados após as enchentes, o governador Eduardo Leite (PSDB) e o vice-governador Gabriel Souza (MDB) se reuniram com representantes e profissionais da causa animal nesta quarta-feira, 26/06. Foram discutidas sugestões para o aprimoramento do projeto, que inicialmente previa o pagamento de valores para os cuidados com animais que fossem adotados, mas que foi duramente criticado nas redes sociais.

Leite iniciou a reunião assegurando aos participantes que o governo está empenhado em resolver a situação dos animais resgatados das enchentes, com medidas como a castração e a microchipagem, já em andamento, e feiras de adoção.

“A nossa preocupação é oferecer uma solução melhor para esses animais que hoje estão acolhidos em abrigos, em condições que não são as ideais. Apresentamos uma primeira solução e recebemos os apontamentos da sociedade e das entidades ligadas à causa sobre situações indesejáveis para os animais que o projeto poderia gerar. Vamos melhorar o programa, ouvindo aqueles que são ligados à causa. O importante é que andemos juntos na direção não apenas de oferecer condições de carinho e cuidado para os animais nos abrigos, mas também para desenhar o melhor projeto para incentivar a adoção garantindo o bem-estar dos animais sem dar chance para comportamentos oportunistas. Com bom diálogo, chegaremos lá”, enfatizou Leite.

O vice-governador afirmou que o debate com entidades da causa animal é importante para construir alternativas. “Estabelecemos um importante canal de diálogo junto às entidades representativas. Queremos viabilizar proteção e lares que promovam bem-estar e qualidade de vida para os animais, considerando também a grande escala que temos atualmente nos abrigos e a necessidade de ações rápidas”, pontuou Gabriel.

Os representantes das entidades e organizações de bem-estar animal expuseram suas ideias e opiniões sobre o projeto em construção, além de sugerir aprimoramentos.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Mauro Antônio Corrêa Moreira, ressaltou que é fundamental pensar nos próximos passos. “Tivemos avanços significativos nas políticas públicas, como a microchipagem e a castração, que são passos importantes no caminho da adoção, mas precisamos pensar no que é necessário fazer a seguir”, afirmou.

“Agradecemos ao governo do Estado por possibilitar que fosse discutido, de forma clara e ampla, a adoção e o pós-adoção dos animais em abrigos, pontuando vários fatores que são importantes nesse processo”, afirmou a representante do Grupo de Resposta a Animais em Desastres, Carla Sassi.

Com as sugestões apresentadas, a equipe técnica do governo vai trabalhar de forma integrada com as entidades e encaminhar novas soluções para a causa animal.

O projeto

Na segunda-feira, 24/06, o governo anunciou o projeto que “incentivava a adoção” dos animais afetados pelas enchentes. Desenvolvido pelo Gabinete de Projetos Especiais do Vice-governador e pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), o projeto queria pagar o valor de R$ 450 para a pessoa que adotasse um animal. O valor seria por animal, podendo cada pessoa adotar até dois animais. O valor previsto considerava gastos básicos de cuidados com animais de estimação durante seis meses.

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