Após retorno há menos de dois meses, cinemas já temem prejuízos do novo fechamento

As novas restrições impostas pelo governo do Estado às regiões em bandeira vermelha têm impactado, em sua maioria, os setores que já vinham sendo prejudicados desde o início da pandemia. Entre eles, está o segmento dos Cinemas. Após o fechamento ainda em março, as salas de cinema haviam reaberto na segunda quinzena de outubro, permanecendo pouco mais de um mês em funcionamento. “Ficamos apavorados, pois foram oito meses sem trabalhar/faturar e vamos seguir da mesma forma. Estamos no período de pagamento do décimo terceiro e próximo ao término do benefício disponibilizado pelo governo”, relata a proprietária da Movie Arte Cinemas, Roberta Gorniski. Ela ainda destaca que, durante o período de reabertura dos cinemas, não foi possível trabalhar com todas as salas, tendo em vista que alguns equipamentos acabaram danificados após ficarem um longo período ociosos. “Nós não recebemos nenhum tipo de recurso financeiro e nem somos vistos como uma empresa que oferece cultura à comunidade ou recolhe tributos e gera emprego, mas sempre estamos no topo das listas para fechamento nos Decretos”, lamenta.

Apesar da revolta em relação ao novo fechamento, Roberta afirma que não foi surpresa ao setor, devido à falta de cuidados que vem sendo observada. “Os cuidados diminuíram de forma assustadora. E a cada pausa feita com a pandemia é sugerido que o cinema é um das locais mais propícios ao contágio, o que não é verdade, pois os cuidados são sempre impecáveis. O distanciamento é realmente respeitado, cuidados com sanitização, o que visivelmente não está acontecendo em outros estabelecimentos. Observamos muitos locais sem álcool em gel, sem limpeza das superfícies e os atendentes sem máscara, que ainda falam: “não aguentamos mais”. E nós?”, questiona.

Para as próximas semanas, Roberta revela que há o risco de a Movie Arte não receber lançamentos, como Mulher Maravilha 1984, que estava previsto para o dia 24/12. De acordo com a empresária, o título “daria um pouco de fôlego” as despesas deste final do ano. “Caso essa situação se estenda por mais semanas, corremos o risco de não ter mais conteúdo para janeiro e fevereiro. Dessa forma, chegaremos a um ano sem trabalhar, o que torna impossível nos mantermos em pé”, conclui. 
 

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