A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) aguarda retorno do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre realização de uma prospecção no terreno onde está projetada a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Barracão, em Bento Gonçalves. O procedimento é necessário para verificar se o local abriga um possível sítio arqueológico. A suspeita veio após ser identificada a existência de uma taipa – espécie de muro de pedra comum na época da imigração.
O superintendente regional da Corsan, Alexsander Pacico, explica que o processo faz parte de uma das etapas do licenciamento ambiental necessário antes de iniciar as obras no local. Por depender de fatores externos, não é possível estimar quando esta prospecção seria feita. Ela consiste em cavar buracos em diversos pontos no terreno para verificar a presença de vestígios arqueológicos. Segundo Pacico, o município já teria 37 sítios arqueológicos cadastrados.
Ele comenta que caso seja encontrado algum indício da existência de sítio arqueológico as obras da ETE não seriam prejudicadas. “A obra sai de qualquer forma, nem que seja preciso realocar o terreno”, complementa.
Esgoto zero
Bento Gonçalves ainda não conta com tratamento de esgoto. A implantação desse sistema no município foi uma das exigências feitas pela prefeitura para renovar o contrato com a Corsan, em março de 2010. Na metade de 2009, foi elaborado o Plano Municipal de Saneamento que estabelecia metas para implantação: 20% das moradias locais deveriam ser abrangidas pelo serviço até o ano passado, subindo para 30% até 2012 e atingindo 65% em 2014.
O município conta com duas grandes bacias hidrossanitárias: a do Barracão e a do Buratti. O investimento total no Barracão soma R$ 26,18 milhões, com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1). O projeto prevê a execução de 18.892 metros de rede coletoras, com capacidade para cobertura de 17% do município atendido pelo serviço de tratamento de esgoto. No futuro, Bento Gonçalves também contará com outra ETE na bacia do Burati, com recursos provenientes do PAC 2 na ordem de R$ 48,9 milhões. Com a conclusão desses investimentos, restarão obras a serem feitas na Bacia do Vale dos Vinhedos, ainda sem previsão de início.
Reportagem: Carina Furlanetto
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