As avaliações de 2016 e projeções para 2017 dos líderes das entidades

Assim como na última edição de 2016, SERRANOSSA traz a opinião de diferentes representantes de setores da economia.

Marcos Carbone, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG) 

“Foram permanentes e contínuos, ao longo de 2016, os esforços da CDL-BG para oferecer alternativas a fim de que os comerciantes locais pudessem enfrentar os desafios impostos por uma conjuntura econômica. De inúmeras atividades de qualificação, com capacitações e cursos oferecidos em áreas ligadas ao varejo, à representatividade dos setores junto aos Poderes Públicos, a entidade assinalou seu compromisso e atuação na condição de liderança empresarial. Em 2016, a CDL-BG incentivou a busca de diferenciais por parte dos empreendedores, em uma fórmula que combina estratégias que iniciam com a compra adequada de mix e chegam até a qualidade do atendimento final no contato com o cliente. Para 2017, a perspectiva é otimista, baseada em um crescimento moderado – em parte pela provável estabilização da economia –, mas também pela continuidade de um trabalho que há mais de quatro décadas vem sendo edificado pela entidade. A pauta do novo ano traz temas importantes como a mensuração dos dados relativos à inadimplência, por exemplo, atuando conjuntamente com o empresariado para, ao mesmo tempo, encontrar soluções que permitam reduzir esse déficit – que alcança R$ 10 milhões em Bento Gonçalves, conforme último levantamento – e buscar ferramentas que tornem as novas vendas mais seguras. 
Iniciativas de sucesso, como o Armazém das Pontas, que traz ofertas de dezenas de expositores e condições especiais para o consumidor ao longo de vários dias, serão mantidas e aprimoradas. A valorização daqueles que inspiram o empresariado local terá, mais uma vez, destaque com o Mérito Lojista, que homenageia os cases mais bem-sucedidos do ano. Consciente de seu papel como entidade representativa, a CDL-BG também reforçará a cobrança pelo atendimento a demandas consideradas cruciais para o desenvolvimento dos ramos de Comércio e Serviços e, de uma forma geral, do município. Entre elas, estão as melhorias em segurança pública, a continuidade do projeto de revitalização da área central e o reforço na fiscalização ao comércio ilegal, por exemplo”

Laudir Piccoli, presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG)

“Mesmo diante de um cenário econômico que não se mostrou muito favorável ao crescimento no meio empresarial, o CIC-BG fechou 2016 como um período de muito empenho e fortalecimento do trabalho desenvolvido junto aos seus associados e à comunidade de Bento Gonçalves. Ainda que os obstáculos tenham se mostrado inúmeros ao longo dos últimos meses, a capacidade de união e o planejamento do empresariado são fatores que se destacaram e, agora, permitem uma perspectiva mais otimista para 2017. O ano será, novamente, de muitas oportunidades e provações, mas o nosso planejamento nos dá a segurança de que avançaremos em uma estrada sólida e próspera. O ano que terminou teve a segurança pública como um dos assuntos mais debatidos em nossa comunidade. O CIC-BG abraçou o projeto do Consepro para buscar, junto às pessoas físicas e jurídicas, doações para ampliar as atividades de auxílio às forças de segurança do município. Avançamos um passo muito importante, mas nos próximos meses teremos pela frente uma grande caminhada, que exigirá uma união de esforço. A construção da nova sede do CIC avançará de forma significativa em 2017. Antes de encerrarmos o ano, conseguimos oficializar a venda de um terreno do CIC no bairro Planalto e, com esses valores, poderemos tocar em ritmo acelerado esse empreendimento que nos permitirá prestar um serviço ainda mais eficiente, em uma estrutura ampla e moderna.”

Daniele Artini Gujel Capellari, presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos da Região dos Vinhedos (Aearv) 

“As duas grandes premissas que nortearam o trabalho em 2016 seguirão na linha de frente das prioridades para 2017: o fomento de seus associados – e, com ele, o consequente fortalecimento da categoria e da entidade – e as contribuições para o crescimento sustentável de Bento Gonçalves. Manteremos o caráter de integração da classe, aliado à responsabilidade de participar ativamente das questões relacionadas ao uso compartilhado de espaços públicos, uma demanda cada vez mais urgente em nossa sociedade. Bento Gonçalves ainda tem muito por crescer e cabe à Aearv reafirmar sua posição de protagonista nesse processo, justamente pela capacidade de seus associados e da coesão de seu grupo. É importante olhar para frente, mas com um senso crítico de que é preciso avançar de forma ordenada e traçando, sobretudo, objetivos a médio e longo prazos. O ano também será de novas discussões a respeito do Plano Diretor. A Aearv estará empenhada em auxiliar a tarefa de definição das diretrizes para o desenvolvimento da cidade – indicando possibilidades e cobrando a fiscalização e aplicação de medidas previstas em lei. Outra bandeira que continuaremos defendendo é a implantação de projetos inovadores como parklets, ciclovias, bicicletários e corredores de ônibus, inclusive com a revisão de áreas de estacionamento. Some-se a isso a continuidade de ações que vêm dado certo, como o Congresso Estadual, os cursos técnicos, visitas a empresas e atividades para troca de experiências em busca de conhecimento e aprimoramento.”

 

Elvio de Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves (Stimmme)

“A classe trabalhadora foi, sem dúvida, uma das que mais fortemente sentiu os efeitos da retração econômica. Os impactos manifestaram-se de diversas formas – entre elas, a ascendência do desemprego e a ameaça dos direitos conquistados – discussão que promete permear também a pauta de atuação do Stimmme no próximo ano. A turbulência econômica e política que enfrentamos – no passado recente e, sobretudo, no presente –, não nos permite ficar parados. Lutamos, nesse período, de forma ainda mais organizada, mobilizados junto às forças sindicais do Estado e do país. Agora, temos o fim de um ciclo, que infelizmente não se mostrou tão positivo, e o início de outro, quando batalharemos para trazer boas notícias aos trabalhadores de toda a cadeia produtiva. Aos poucos, temos a certeza de que retomaremos o ritmo de geração de emprego e renda. O importante, até lá, é que tenhamos a serenidade de permanecer alertas e com o planejamento sempre voltado ao crescimento, e não ao retrocesso. De forma paralela, a entidade mantém a base assistencial dos serviços e benefícios que oferece aos associados: desde amplos serviços de saúde até opções de lazer. Entre janeiro e outubro de 2016, quase sete mil atendimentos médicos (em diversas especialidades, inclusive odontológicos) foram prestados pelo Stimmme a trabalhadores ligados à entidade e seus dependentes. Garantir essas facilidades só é possível com uma atuação responsável, marcada pela aproximação entre sindicato e trabalhadores, que se diferencia pela seriedade na gestão. Esse compromisso está, sem dúvida, garantido em nossa pauta de trabalho para o próximo ano.”

Daniel Amadio, presidente do Sindilojas Regional Bento

“Nossa entidade está cada vez mais atenta às dificuldades e, em 2017, o cenário atual tende pouco a se alterar, mas já é sabido que a retomada do desenvolvimento está acontecendo, porém, em um processo lento e gradual. Por isso, planejamos maior participação de nossas ações junto à Fecomércio-RS, na qual participo como diretor, em ações junto ao governo e demais entidades competentes, para que, sempre que necessário, agir a fim de amenizar seus problemas, principalmente nas áreas fiscal, de fomento e redução de encargos. Em nossa cidade, procuraremos espaço junto ao Conselho Municipal de Desenvolvimento (Condebento), do qual somos integrantes, assim como no Viva Bento e no Contur. Também procuraremos evitar maior carga aos empresários quando da negociação coletiva de trabalho, proporcionando, inclusive, que não ocorram demissões em seus quadros funcionais. Estamos engajados na campanha que a Fecomércio-RS está desenvolvendo com o propósito de combater o comércio ilegal, o descaminho, o contrabando, a falsificação de produtos e as feiras itinerantes. Como vice-coordenador da Comissão de Combate à Informalidade, estamos levando nosso recado aos diferentes municípios do Estado. Recentemente, participamos da instalação do Observatório Social, que tem o propósito de fiscalizar gastos e investimentos do Poder Público municipal. As informações que estamos monitorando dão conta que, em 2017, a economia poderá dar pequenos sinais de melhora, um leve aquecimento. Mesmo assim, nossa entidade continuará zelando por seus associados no sentido de oferecer as melhores soluções a cada um deles. Acreditamos que a crise e a recessão atingiram seu ápice e este ano tende a ser mais tranquilo para todos. Muitas são nossas metas, mas podemos destacar melhor participação no mercado de informações cadastrais, através dos bons serviços do SCPC. Além disso, estamos buscando maior especialização nos serviços bancários, telefonia e atendimento ao associado, proporcionando maior número de convênios a todos. Outra meta é continuar nosso trabalho de aproximação com o Poder Público municipal, no sentido de reivindicar mais serviços que beneficiem nosso comércio e os prestadores de serviços.”

Antônio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados

“O setor supermercadista gaúcho fechou 2016 com uma pequena alta real nas vendas, na casa de 1,5%. É um setor que não sofre grandes quedas de vendas em períodos de crise, e nem grandes crescimentos em momentos de euforia econômica por sua capacidade de adaptação e agilidade. O consumidor segue sendo o grande professor do varejista e essa relação diária com a população faz com que o supermercadista entenda com mais facilidade as necessidades de seus clientes. Diariamente, cerca de 4 milhões de gaúchos passam pelas lojas do setor no Rio Grande do Sul, demonstrando que 100% dos municípios gaúchos são contemplados por supermercados. Otimistas que somos, nossa expectativa é de que a economia inicie uma pequena retomada em 2017, e que o consumo em lojas do setor siga com um crescimento pequeno, mas contínuo e sustentável. Nossa preocupação é sempre no sentido de que todos os elos da economia cresçam juntos, tornando sólido o desenvolvimento do nosso Estado: produtores, distribuidores, indústrias, varejos e consumidores precisam estar em equilíbrio para que busquemos a prosperidade.”