Associação Médica Brasileira pede que utilização dos medicamentos do “tratamento precoce” seja banida

A Associação Médica Brasileira (AMB) publicou na tarde desta terça-feira, 23/03, uma nota em que mostra preocupação com a atual situação da pandemia no Brasil, que neste momento soma 25% das mortes mundiais por Covid-19. Na manifestação, a entidade aponta que “faltam medicamentos para intubação de pacientes acometidos pela Covid-19, não existe um calendário consistente de vacinação, não há leitos em Unidades de Terapia Intensiva, Fake news desorientam pacientes e médicos e profissionais de saúde, exaustos, já são em número insuficiente em diversas regiões do país”.

Em meio à gravidade do quadro e a tantos outros desafios, o Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 apontou que são necessárias orientações aos pacientes de todo o Brasil, em particular sobre a importância da prevenção, para esclarecimentos sobre condutas aos médicos, e para conclamar as autoridades responsáveis à urgente resolução de casos que exclusivamente delas dependem.

Entre os pedidos estão a vacinação em massa, necessidade do isolamento e de normativas de lockdown por regiões críticas,  medidas de prevenção (como uso correto da máscara, evitar aglomerações e higienização), esforços políticos urgentes para solucionar a falta de medicamentos ao atendimento emergencial de pacientes hospitalares acometidos pela COVID-19, em especial de bloqueadores neuromusculares, opioides e hipnóticos – indispensáveis ao processo de intubação de doentes em fase crítica e ainda recomendam que médicos não façam o uso de medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas. “Elas não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, diz a nota.

Aos médicos, a entidade aponta que o uso de corticoides e anticoagulantes devem ser reservados exclusivamente para pacientes hospitalizados e que precisem de oxigênio suplementar, não devendo ser prescritos na Covid leve, conforme diversas diretrizes científicas nacionais e internacionais. “Aos pacientes com suspeita ou com COVID confirmada, alertamos que não se automediquem, em especial não utilizem corticoides (dexametasona, predinisona e outros), pois estes fármacos utilizados fora do período correto, especialmente no início dos sintomas, podem piorar a evolução da doença”, aponta.

A Associação pede que pacientes procurem atendimento médico em uma Unidade Básica de Saúde dando preferência, se possível, à telemedicina, se apresentar sintomas leves, como dor de garganta, tosse, dor no corpo, náuseas, perda de apetite, perda do olfato ou paladar. Porém, se apresentar manifestações clínicas que podem representar Covid grave, destacando falta de ar, respiração rápida (mais que 30 movimentos respiratórios por minuto), saturação de oxigênio menor que 94% ou febre persistente por 3 dias ou mais, procure uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou Serviço de Emergência.

Leia a nota completa aqui.

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