Atendimentos de radioterapia em Bento caem 70%
A aquisição do aparelho de radioterapia pelo Hospital Tacchini foi um dos processos que mais gerou mobilização pela saúde de Bento Gonçalves nos últimos anos. Indicado para o tratamento de câncer, o equipamento foi instalado em 2011, após eleito como uma das prioridades da Consulta Popular do orçamento do Estado ainda em 2006. Mais de dois anos após ter iniciado as atividades para pacientes com planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a radioterapia agora enfrenta uma nova realidade: o número de atendimentos não chega à sua capacidade máxima.
Pacientes nesse tipo de tratamento pelo SUS na Serra têm dois locais onde podem ser atendidos: no Hospital Tacchini, em Bento, ou no Hospital Geral, de Caxias do Sul. As duas cidades são responsáveis pela demanda de usuários dos 49 municípios que a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (5ª CRS) abrange.
Nos dois anos em que o serviço ficou inativo em Caxias, Bento acolheu pacientes de todos os municípios da região, chegando a 120 atendimentos por dia. A demanda fez com que o serviço fosse disponibilizado em quatro turnos durante o período.
Desde agosto deste ano, entretanto, quando o tratamento foi retomado na instituição caxiense, o Tacchini passou a tratar apenas pacientes de 24 cidades, o que totaliza cerca de 32 usuários diariamente. “Não estamos utilizando toda a capacidade que temos, até voltamos a atender em três turnos. Mas estamos apenas cumprindo a determinação da 5ª CRS”, explica o gerente de operações do Tacchini, Dilnei Garate. A coordenadoria regional e a secretaria municipal de Saúde de Bento Gonçalves são informadas semanalmente sobre o baixo número de atendimentos, segundo ele. A dúvida levantada é se não há uma má distribuição dos atendimentos, considerando a grande diferença dos números de Bento e Caxias, cuja radioterapia oferece 70 sessões diariamente.
A coordenadora da 5ª CRS, Justina Onzi, garante que o serviço não está sobrecarregado em Caxias do Sul e nega que exista uma fila de espera. “Houve inicialmente, mas, felizmente, não há mais pacientes em excesso”, afirma. Segundo a secretaria de Saúde de Caxias do Sul, no entanto, há uma demanda reprimida de mais de 90 usuários para início de tratamento.
A determinação dos atendimentos por município é feita pela Comissão Intergestores Regional (CIR), constituída por gestores dos municípios que compõem as regiões de saúde pública. “Nada impede que essa divisão seja revista, como já foi feito pelo município de Bom Princípio. Muitas cidades decidem por um hospital pelas facilidades de acesso no quesito transporte, por exemplo. Mas é importante ressaltar que os dois serviços, do Hospital Geral e do Hospital Tacchini, são de altíssima qualidade”, conclui.
Reportagem: Priscila Pilletti
É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.
Siga o SERRANOSSA!
Twitter: @SERRANOSSA
Facebook: Grupo SERRANOSSA
O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.