O impasse sobre o Programa de Incentivo ao Esporte do Estado do Rio Grande do Sul (Pró-Esporte/RS) fez a primeira vítima em Bento Gonçalves. Ainda sem poder contar com os recursos que poderiam ser captados através da lei, a equipe adulta feminina do Bento Vôlei foi forçada a, outra vez, se ausentar do Campeonato Gaúcho.
A lei permite que empresas possam abater do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido ao Estado todo o valor que aplicarem em projetos esportivos. Em contrapartida, esses patrocinadores assumem a obrigação de uma complementação não incentivada de 25% do valor incentivado aplicado, quantia que é destinada ao Fundo Pró-Esporte. O Bento Vôlei possui acordo para renovação do patrocínio com a maior parte das empresas que tornaram possível, em 2014, o retorno às quadras após seis temporadas, mas o decreto de contingenciamento no orçamento do Estado ainda mantém bloqueado o repasse de recursos via Pró-Esporte e, por consequência, inviabilizou a continuidade da parceria. “A federação deu prazo até o último dia 22, quando foi feita a assembleia para o Campeonato Estadual Feminino. Como nós não tínhamos nada ainda em relação à lei, e também não temos patrocínios diretos, o clube resolveu cancelar a participação no Estadual deste ano. Não temos outras fontes de renda para poder montar a equipe. Sem o Pró-Esporte, ela se torna inviável”, lamenta Mauricy Jacobs, técnico do time que surpreendeu ao alcançar o vice-campeonato na última temporada. Mesmo que a continuidade no Estadual não tenha sido possível, ele salienta que o esforço para manter o voleibol feminino de alto rendimento na cidade continuará, agora com o desafio de viabilizar a participação na Superliga B e Campeonato Gaúcho de 2016. “A nossa estratégia, agora, é continuar aguardando o edital, que vai ser divulgado pela Fundergs, e tentar montar uma equipe para participar da Superliga B e do Estadual no ano que vem. Ou seja, vamos tentar inverter o processo: ao invés de jogar o Estadual e depois a Superliga B, participaríamos da Superliga B e depois do Estadual”, conta o treinador.
Por enquanto, contudo, ainda não há uma previsão do Estado para a reabertura do Pró-Esporte, o que torna incerto o retorno da equipe. Ainda que mantenha as esperanças em retomar as atividades em breve, Jacobs não esconde o desânimo por ser forçado a interromper um trabalho que reiniciou de forma bastante promissora em 2014. “A gente lutou tanto para trazer essa equipe de volta, fomos atrás das empresas, conquistamos parcerias e tivemos sucesso ao chegar à final do Campeonato Gaúcho. É muito frustrante, agora, não poder dar continuidade a isso tudo. Eu, pessoalmente, me sinto muito desestimulado, porque todo um trabalho foi feito, conseguimos montar um bom grupo, e hoje aquelas atletas já estão em outros clubes. Será preciso começar todo um processo de novo e isso desestimula muito”, ressalta.
É proibida a reprodução, total ou parcial, do texto e de todo o conteúdo sem autorização expressa do Grupo SERRANOSSA.
Siga o SERRANOSSA!
Twitter: @SERRANOSSA
Facebook: Grupo SERRANOSSA
Instagram: @serranossa
O SERRANOSSA não se responsabiliza pelas opiniões expressadas nos comentários publicados no portal.