Jussemar Noskoski está a caminho de Bangkok, na Tailândia, onde a partir do próximo sábado, dia 7, iniciará a busca pelo segundo título mundial de muay thai da carreira, em competição que prosseguirá até o dia 18. Mesmo que já tenha chegado ao topo da modalidade, é indisfarçável a motivação do atleta da Garra Team em repetir o feito de 2014, o que se justifica pelas consequências que poderão ser asseguradas a partir da conquista de um novo cinturão.
No último ano, com apenas 20 anos, Noskoski surpreendeu ao sagrar-se campeão na categoria Até 81 kg Pro-AM pela World Muay Boran Federation (WMBF), também na Tailândia. Agora, vai disputar o cinturão por outra organização internacional, a World Muay Thai Federation (WMF). A diferença entre ambas é que esta última tem como entidade filiada a Confederação Brasileira de Muay Thai (CBMT) e, por isso, credencia os brasileiros que obtiverem o primeiro, segundo ou terceiro lugar a requisitar o Bolsa Atleta do Governo Federal, principal ambição da luta de Noskoski. Natural de Alpestre, mas residente em Bento há 19 anos, ele sonha em ingressar no MMA (Artes Marciais Mistas) e, para chegar lá, há um ano e meio também vem conciliando os treinos de muay thai com o jiu-jítsu. A conquista do Bolsa Atleta, segundo ele, é crucial para otimizar os treinamentos e a preparação necessários para seguir galgando degraus no mundo das lutas. “O MMA funciona assim: eu tenho que saber lutar em pé, que é o muay thai; e tenho que saber lutar no chão, que é o jiu-jítsu. O atleta precisa ser bom nos dois, e o Bolsa Atleta me proporcionaria condições para treinar mais jiu-jítsu, que requer muito mais técnica do que o muay thai e, por consequencia, a preparação demora mais”, conta o lutador, que atualmente divide a rotina de quase quatro horas diárias de treinos com o trabalho de frentista.
Mais do que o Bolsa Atleta, Noskoski acredita que um novo cinturão mundial também pode lher dar visibilidade na cidade e facilitar a busca por patrocínio. Em 2014, ele precisou tirar R$ 3 mil do bolso para bancar a viagem à Tailândia. O sacrifício para conquistar o título, contudo, foi reconhecido. Mesmo que ainda precise conciliar o trabalho com os treinos, ele conseguiu cobrir todas as despesas necessárias para voltar à Tailândia neste ano – cerca de R$ 8 mil – com a ajuda de três patrocinadores (Imobiliária Pontual, Imobiliária Zatt e Construtora Nunes) e do Bolsa Atleta municipal. “O título mundial me deu um argumento a mais na hora de pedir apoio”, ressalta.
Garra Team na Tailândia
Seis atletas representarão a Garra Team no Mundial de Muay Thai 2015. Além de Jussemar Noskoski, o outro representante de Bento é o jovem Rafael Marques, de apenas 18 anos, uma das apostas da equipe na categoria Até 54 kg.
Entre os lutadores das academias afiliadas da Garra no Estado, o destaque é Kelen Moresco, de Carlos Barbosa, que assim como Jussemar, também sagrou-se campeã em 2014.
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