Auditoria aponta R$ 2 bilhões em auxílios irregulares a caminhoneiros e taxistas

Dados foram divulgados na sexta-feira, 02/05

Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil

Auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgadas na sexta-feira, 02/05, identificaram pagamentos irregulares de quase R$ 2 bilhões nos auxílios pagos pelo governo Jair Bolsonaro a caminhoneiros e taxistas, no segundo semestre do ano passado.

De acordo com a CGU, falhas na operacionalização desses pagamentos fizeram com que 356.773 pessoas recebessem as parcelas sem ter direito legal aos recursos.

Caminhoneiros e taxistas inscritos no programa receberam R$ 1 mil mensais entre os meses de julho e dezembro de 2022, como uma forma de amenizar os impactos da oscilação dos preços do petróleo no mercado internacional.

Na hora de cadastrar os beneficiários e efetuar os pagamentos, no entanto, teriam sido incluídos 110.051 pessoas irregularmente no Auxílio-Caminhoneiro e outras 314.025 no Auxílio-Taxista. Os números correspondem, respectivamente, a 27,3% e 78% do total de beneficiários de cada programa, segundo a CGU.

No caso do Auxílio-Taxista, de acordo com a auditoria, essas pessoas que receberam não tinham direito ao benefício, por exemplo, porque estavam com a carteira de habilitação vencida ou não eram segurados do regime geral da Previdência.

Já no caso do Auxílio-Caminhoneiro, há casos de caminhoneiros cadastrados no auxílio que não tinham cadastro ativo no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas até a data prevista, ou que recebiam outros benefícios como seguro-desemprego e seguro-defeso.

Como o pagamento dos auxílios já foi concluído, a CGU recomenda ao governo a adoção das “providências necessárias” para o ressarcimento dos cofres públicos por parte desses beneficiários irregulares.