Aumenta número de vítimas que denunciam agressores
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) inaugurada em dezembro de 2012, completou dois meses de funcionamento e tem cumprido um de seus principais objetivos: o de melhor atender às vítimas de violência. Segundo a delegada titular, Isabel Pires Trevisan, o espaço mais individualizado e acolhedor fez com que aumentasse a procura por atendimento, já que, agora, as mulheres sentem-se mais à vontade para denunciar e procurar ajuda.
Outra novidade é que as ocorrências envolvendo crimes abrangidos pela Lei Maria da Penha podem ser registradas na Deam em horário de expediente, ficando a cargo da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) apenas os casos que ocorrerem fora deste período. “Quando uma vítima comparece na DPPA, sugere-se que ela procure a Deam, por oferecermos um atendimento mais especializado e individualizado a elas. Temos ambientes especiais para atendimentos mais acolhedores e as providências são realizadas de forma mais imediata”, destaca a delegada. O novo espaço possui diversas salas, entre elas a chamada “depoimento sem dano”, que tem por objetivo influenciar a criança vítima de violência a relatar o ocorrido de forma natural. Mulheres que estão acompanhadas pelos filhos contam com uma brinquedoteca para que eles se distraiam enquanto são atendidas.
Segundo Isabel, o aumento da procura pela delegacia por parte das vítimas é atribuído à sensação de acolhimento que o novo ambiente proporciona. A Deam conta com três policiais, sendo duas mulheres e um homem, e duas estagiárias, que trabalham na recepção. “Embora o número de policiais civis seja pequeno, eles são excelentes profissionais, muito dedicados e que conseguem atender adequadamente a comunidade”, enfatiza. Ela ainda destaca que a estrutura da delegacia é excelente e bastante ampla. “Com a colaboração da comunidade, foi possível transformar a luta de mais de 20 anos em realidade”, comemora.
Rede de atendimento
Para toda mulher vítima de violência é oferecido atendimento por uma rede especial de entidades, que engloba Brigada Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Poder Judiciário, Defensoria Pública, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Referência à Mulher que Vivencia Violência (Revivi), Coordenadoria da Mulher e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-ad). “Quando as mulheres registram ocorrência são encaminhadas, via ofício, para o Revivi, onde recebem acompanhamento psicossocial, psicológico e de assistência social, dependendo do caso. Mas, infelizmente, em muitos casos a vítima não comparece. É um serviço oferecido, mas não obrigatório”, lamenta.
É preciso denunciar
Conforme a delegada Isabel Pires Trevisan, os maiores motivadores de registro de ocorrência por parte das mulheres continuam sendo lesões corporais e ameaças. “É importante que a vítima dê continuidade ao processo. Percebemos que são as ocorrências menores, como ameaça, que acabam resultando nas mais graves, como lesão corporal, tentativa de homicídio, ou mesmo o assassinato da vítima. Quando há continuidade no processo de um crime menor, o agressor percebe que será punido”, reitera. A delegada ainda conta que muitas prisões estão sendo feitas, principalmente quando a ordem do juiz é descumprida, caso das medidas protetivas (afastamento do agressor da vítima). “Isso está acarretando uma maior conscientização dos homens”, percebe Isabel.
Serviço
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)
Endereço: rua Marechal Floriano, 142 (subsolo – prédio do FGTAS/Sine)
Telefone: 3454 2933
Horário de atendimento: das 8h às 12h e das 13h30 às 18h (após às 17h, a entrada ocorre pela acesso lateral do prédio, localizado na rua Félix da Cunha, junto ao antigo terminal de ônibus)
Reportagem: Katiane Cardoso
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